29 março 2011

CCIH - Programa de Treinamento e Educação Continuada

Caros Alunos, Conforme informado, segue programação da CCIH.
CCIH – PROGRAMA DE TREINAMENTO E EDUCAÇÃO CONTINUADA
Data: 30/03/2011 Hora: 18h Local: Auditório do CECAN Público: Acadêmicos, Doutorandos e Residentes TEMAS: - LIGA: Unidades, Atendimentos e Setores - CCIH: Principais Definições - Higienização das mãos - Uso de EPI’s - Isolamentos e Precauções - Limpeza de ambiente - PGRSS - Acidentes com material biológico Aguardamos todos amanhã no CECAN. Att. Joelma DEPECOM – 4009-5567

28 março 2011

Charge do dia!!!


Edição de março do jornal Medicina

Os preparativos para a paralisação dos médicos credenciados às operadoras e aos planos de saúde no dia 7 de abril estão entre os destaques da edição 194 do jornal Medicina, disponível a partir desta segunda-feira (28) no Portal Médico. O leitor poderá conferir a situação que levou a categoria a atingir o limite e partir para a mobilização. A edição de março da publicação também traz: o avanço registrado na Corregedoria do CFM que ajudou a reduzir o tempo de tramitação de processos; a nova resolução do da entidade que define diretrizes para indicação, adaptação e acompanhamento de pacientes que usam lentes de contato; e a unidade das entidades médicas nacionais ao aprovar, durante o I Encontro Nacional dos Conselhos de Medicina de 2011 (I ENCM 2011), em Goiânia, um documento que traz o posicionamento da categoria com relação às mudanças no modelo de gestão no SUS. O processo de renovação nas gestões dos conselhos regionais de medicina também está entre os destaques. Dez dos 27 estados elegeram novos presidentes. Clique no link ao lado para baixar o PDF do jornal Medicina 194: http://portal.cfm.org.br/images/stories/JornalMedicina/2011/jornal194.pdf

“Disque-médico” prescreve remédio sem ver paciente

A reportagem testou na quinta-feira (24) o serviço de orientação médica por telefone Dr. Responde, vendido em forma de cupom, com desconto, em um site de compras coletivas desde segunda-feira, conforme a Folha noticiou. O cupom de R$ 44,50 dá direito a dez ligações, durante um ano. Segundo o Código de Ética do Conselho Federal de Medicina, é vedado ao médico estabelecer vínculo com empresas que comercializam cartões de descontos. É também proibido prescrever tratamento sem exame direto do paciente, salvo em casos de urgência. Na ligação, que durou cerca de nove minutos e meio, a médica Glaura Ingrid Neme prescreveu os remédios Floratil e Dramin B6 para queixa de diarreia, depois de ter feito algumas perguntas sobre o problema. Não é preciso ter receita médica para comprar os medicamentos prescritos. Também recomendou ingestão de líquidos e de bebidas isotônicas. No fim, orientou que, em caso de piora, o paciente deveria procurar um gastroenterologista. Não foram perguntados detalhes como o peso do paciente, se tem alergias ou se já tinha usado os medicamentos indicados. Para o clínico-geral do hospital Sírio-Libanês Luis Fernando Penna, é um erro. A pessoa pode achar que já está tratada e os remédios podem mascarar o problema. “Não se investiga a causa.” Renato Azevedo Júnior, vice-presidente do Conselho Regional de Medicina de São Paulo, diz que médico não pode receitar sem exame. A exceção é a prescrição por telefone de medicamentos que aliviam os sintomas quando o médico já conhece e acompanha o paciente. No caso de diarreia, as causas podem ser várias. Só o médico, com exame presencial, pode fazer a análise. “Alerto para que os médicos não prestem esse serviço porque correm o risco de serem punidos.” Já a médica do serviço afirma que só são prescritos medicamentos que aliviam os sintomas. “O serviço é limitado, mas tudo é feito com muita responsabilidade. Em casos graves, digo que não posso atender e pedimos que chame uma ambulância.”


Fonte: Folha.com

Aula inaugural da LITEMERN - 30.03.2011

Prezados docentes, discentes do curso de Medicina da UnP e membros do CAMED/UnP,

A Liga de Traumatologia e Emergências Médicas do Rio Grande do Norte, LITEMERN, tem o prazer de convidá-los para aula inaugural que será realizada no dia 30 de março de 2011 às 18:30 horas no Anfiteatro 1 do Campus UnP situado na Avenida Salgado Filho em Natal/RN.

Temos confirmada a presença da direção da Escola de Saúde/UnP, da direção do Curso de Medicina/UnP, dos diretores do Resgate das Dunas, do Coordenador Geral dos Projetos de Extensão do Curso de Medicina/UnP e de docentes que participarão de forma ativa nas atividades da LITEMERN.

Em virtude da aula inaugural ser no anfiteatro 1, estaremos disponibilizando 50 (cinqüenta) vagas para acadêmicos neste evento. Para reservar a sua vaga, enviar e-mail para litemern@googlegroups.com, informando nome completo, matrícula, número de telefone.


Atenciosamente,

Membros fundadores LITEMERN

27 março 2011

[ARTIGO] Amor fati

Amor fati

Aquilo que se faz por amor, está sempre além do bem e do mal.

(Nietzsche)


Meu caro amigo,

“Mas é claro que o sol/ vai voltar amanhã. Mais uma vez, eu sei... escuridão já vi pior/ de endoidecer gente sã; Espera que o sol já vem...”. O problema é este, caro amigo, somos por demais agoniados, impacientes e imediatistas: queremos resolver o problema de séculos em questão de segundos. Mas não se esqueça do que nos ensinou o grande Guimarães Rosa: “Moço, Deus é paciência! O contrário é o diabo”.

Bem... é verdade que o diabo não existe, eu sei. O que existe é “homem humano”. “Homem humano” que machuca os outros; “homem humano” que está do mesmo lado que você, mas deveria está do lado de lá...

Ah! Meu caro amigo, como tem gente enganando a gente: veja a nossa vida como está!... Veja a classe médica, sujeita à “pró-ratas” da vida; sujeita a trabalhar em condições desumanas, aviltantes e insalubres; sujeita a salários ridículos; sujeita a processos de todos os lados; sujeita, portanto, a todos os males... e quem deveria defender a gente, na verdade, está defendendo são os seus interesses pessoais... E aí, meu caro amigo, elas não medem esforços para nos usarem como trampolins, afinal o que vale é o poder, o que vale é o pódio: é estar sempre por cima. Amizade, lealdade, respeito ao passado, tudo isso é relegado ao lixo. O que vale é ganhar, sem se importar como... “Os fins j ustificam os meios”...

Portanto, se você quiser alguém em quem confiar: confie em si mesmo! Confie que a retidão moral, a ética, a vida reflexiva, etc. etc. não são coisas menores, como nos querem fazer acreditar aqueles que gostam de levar vantagem em tudo. Não! Esses princípios que aprendemos em casa - no nosso berço-, são eles que devem ser os nossos referenciais. São eles que nos conduzem a felicidade.

Meu caro amigo, o poeta William Blake tem um poema que começa assim: “Uma marca encontro em cada rosto,/ Marcas de fragilidade, marcas de desgosto...”. Então, basta olhar para essas pessoas que não sabem amar, que não sabem o verdadeiro valor da amizade, que não compreendem o que você, certa vez me disse: “Amigo, nada nesta vida, absolutamente nada, nem dinheiro, nem status, nem posição social ou bens suplantam a importância de uma verdadeira amizade”... Olhe para elas! Veja os seus semblantes. Veja a máscara que usam para enganar: que estão de bem com a vida... só que ninguém consegue enganar a si mesmo... elas são tão infelizes. Infelizes, po r não saberem amar...

Desistir?! Jamais! “Isto não faz parte do nosso vocabulário”, me ensinou, recentemente, o mestre-amigo Gilmar Amorim: “Nós, Cristãos, não podemos desistir nunca!”. Afinal, é claro que sol vai voltar amanhã... é claro que um dia, a classe médica acordará desse marasmo - dessa dependência de falsos líderes-, e saberá lutar pelos seus direitos, resgatando e defendendo, com unhas e dentes, a dignidade da nossa profissão.

Eu sei que um dia a gente aprende... Mas, enquanto isso não acontecer, meu caro amigo, deveremos continuar a nossa missão de semeadores. Educar os jovens. Os alunos. São neles em quem deveremos apostar na mudança.

Além disso, deveremos continuar a amar. Amar até mesmo a falta de amor, como diz Drummond. Amar até mesmo essas pessoas que estão nos enganando, afinal, elas nos dão a maior lição: o contra-exemplo. Como não deveremos nos portar; como não deveremos agir.

Por fim, deixo as sábias palavras de Nietzsche, para a sua reflexão: “Amor fati: seja este, doravante, o meu amor! Não quero fazer guerra ao que é feio. Não quero acusar, não quero nem mesmo acusar os acusadores. Que a minha única negação seja desviar o olhar! E, tudo somado e em suma: quero ser, algum dia, apenas alguém que diz Sim!”...

Sim! Ao sonho que vale a pena lutar, pois quem acredita sempre alcança...



Francisco Edilson Leite Pinto Junior

Professor, médico e escritor

25 março 2011

Charge do dia!!!


VI Seminário Nacional Médico/Mídia

A Federação Nacional dos Médicos realiza, nos dias 28 e 29 de abril, a sexta edição do Seminário Nacional Médico/Mídia, evento que tem como objetivo reunir médicos, jornalistas, estudantes de comunicação e de medicina, bem como gestores das duas áreas, estimulando o debate sobre comunicação e saúde. Este ano, o seminário será realizado no Hotel Windsor Plaza Copacabana, Rio de Janeiro e contará com a participação de renomados profissionais da área médica e da grande imprensa, bem como especialistas na área de tecnologia da informação. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas no portal da FENAM Clique aqui: http://portal.fenam2.org.br/helper/show/392996

Em sua sexta edição, o Seminário Nacional Médico/Mídia tem como objetivo colaborar com os profissionais de saúde no seu relacionamento com a mídia e também simplificar o trabalho da imprensa, ajudando os jornalistas a entenderem melhor o setor.

Direcionado a profissionais e estudantes das áreas de jornalismo, medicina e tecnologia da informação, gestores do setor de saúde e público em geral, o programa do evento prevê a interação permanente entre os participantes, com trocas de idéias livremente expostas.

SERVIÇO

VI Seminário Nacional Médico/Mídia
Data: 28 e 29 de abril de 2011
Local: Hotel Windsor Plaza Copacabana
Avenida Princesa Isabel, 263, Copacabana, Rio de Janeiro
Reservas de hotéis com Camila e Gabriel, da empresa HEL - Hotéis, Eventos & Lazer
Telefone (21) 2240-1981 - reservas@hoteiseventoselazer.com.br

Fonte: FENAM

24 março 2011

24 de março - Dia Mundial da Tuberculose

No Brasil e em outros 21 países em desenvolvimento, a tuberculose é um importante problema de saúde pública. Nesses países encontram-se 80% dos casos mundiais da doença. Segundo estimativas da Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de um terço da população mundial está infectada com o Mycobacterium tuberculosis, com o risco de desenvolver a enfermidade. Todos os anos são estimados por volta de 9,2 milhões de novos casos e cerca de 1,7 milhões de mortes.

Histórico

Segundo algumas evidências, a tuberculose existe desde os tempos pré-históricos. Foram encontrados esqueletos de múmias do antigo Egito (3000 a.C.) e, mais recentemente, uma múmia pré-colombiana no Peru com sinais da doença. Várias tentativas de tratamento foram feitas, desde a ingestão de preparados exóticos até a utilização de sangrias e a indução de vômitos. Alguns pacientes eram proibidos até mesmo de falar ou rir e ficavam deitados sem poder se movimentar. O mais comum deles se tornou a mudança de clima: os pacientes se deslocavam para regiões litorâneas ou montanhosas para se tratar e aqueles que não tinham forças para a viagem passavam a dormir com travesseiros de folhas de pinheiro ou colocar algas marinhas debaixo da cama.

No final do Século 19, pacientes abastados recebiam cuidados em sanatórios que eram como pousadas nas montanhas. Ao longo do tempo, esses lugares passaram a ser usados para isolamento dos doentes, tornando-se centros de tratamento para pessoas de qualquer classe social. A maior dificuldade encontrada pelos médicos era firmar o diagnóstico da doença antes que ela provocasse a falha dos pulmões e dos ossos. Esse diagnóstico só foi possível a partir de 1824, após a invenção do estetoscópio. Em 1882, o famoso bacteriologista alemão Robert Koch identificou o agente causador da enfermidade, a bactéria Mycobacterium tuberculosis, também chamada de Bacilo de Koch em homenagem ao seu descobridor. A invenção do raio X, no final do Século 19, permitiu a produção (visualização) das imagens das partes internas do corpo, facilitando o diagnóstico da tuberculose.

Em 1908, os cientistas Albert Calmette e Camille Guérin conseguiram isolar uma cepa do bacilo da tuberculose para produzir culturas vivas atenuadas a serem usadas como vacina. A cepa recebeu o nome de Bacilo Calmette-Guérin, de onde surgiu o nome "BCG". Foi aplicada pela primeira vez em crianças em 1921. Somente em 1944 foi inventado o primeiro antibiótico, a estreptomicina, produzida a partir da garganta de uma galinha. Entretanto, sem o apoio ao tratamento e o contato entre doentes, surgiram bactérias resistentes ao medicamento. Para contornar o problema, desenvolveu-se um coquetel com quatro antibióticos.

Fonte: Agência Saúde

Exame nacional vai revalidar diplomas médicos do exterior

Foi publicada nesta sexta-feira, 18/03, portaria interministerial que institui o exame nacional de revalidação de diplomas médicos expedidos por universidades estrangeiras (Revalida). O exame será aplicado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), em colaboração com a subcomissão de revalidação de diplomas médicos, da qual participam representantes dos ministérios da Saúde, Educação e Relações Exteriores e da Associação Nacional dos Dirigentes de Instituições Federais do Ensino Superior (Andifes), além do Inep.

A partir da publicação da portaria, será divulgado pelo Inep o edital com o cronograma e os prazos para adesão das instituições e inscrição dos candidatos. As universidades públicas interessadas em aderir ao exame firmarão termo de adesão com o Ministério da Educação. Pode inscrever-se o candidato que tenha diploma expedido no exterior, em curso reconhecido pelo ministério da educação ou órgão correspondente do país onde se formou. O edital também definirá os locais onde a prova será aplicada.

O Revalida será realizado em duas etapas, sendo a primeira constituída de prova teórica e a segunda de prova prática de habilidades clínicas. A avaliação será feita a partir da matriz de correspondência curricular, documento elaborado pela subcomissão de revalidação tendo como referência as diretrizes curriculares nacionais do curso de medicina no Brasil.

Projeto Piloto - A elaboração de um novo modelo para a revalidação dos diplomas obtidos por estudantes em universidades estrangeiras teve início no ano passado, a partir de um projeto piloto do qual participaram 25 universidades públicas de ensino superior do país. Inscreveram-se no projeto piloto 628 candidatos com diplomas oriundos de 32 países.

Atualmente, os alunos formados em medicina em universidades de outros países precisam revalidar seus diplomas em alguma instituição pública de ensino superior. O processo, porém, é moroso e não padronizado, já que cada instituição adota um procedimento próprio. A expectativa é de que, com o exame nacional, o processo seja unificado, com critérios técnicos e conceituais claros, podendo ser realizado num intervalo de seis meses a um ano.

Consulte a Portaria nº 278: http://www.in.gov.br/imprensa/visualiza/index.jsp?jornal=1&pagina=12&data=18/03/2011

Fonte: Assessoria de Imprensa da Sesu

Sinmed realiza mobilização no Hospital Deoclécio Marques na próxima terça-feira

Com a intenção de reivindicar a manutenção do serviço de pediatria do Hospital Regional Deoclécio Marques, em Parnamirim, o Sinmed RN organiza um ato público para a próxima terça-feira, 29, às 10h.

No último dia 17/03, uma equipe formada por membros do Sindicato dos Médicos (Sinmed RN) e do Sindicato dos Trabalhadores em Saúde (Sindsaúde RN) visitou o Hospital para averiguar as condições de trabalho dos profissionais que lá atuam e constatou a denúncia da pressão da secretaria estadual de saúde para fechar os serviços de clínica médica e pediátrica do Hospital.

"Há uma tendência da secretaria estadual de desativar serviços que não são da linha de trauma de sua rede, jogando a responsabilidade para as prefeituras. O Sindicato dos Médicos é contra a desativação de qualquer serviço que funcione hoje, principalmente pediatria e clínica médica, onde os pacientes não possuem qualquer rede de desafogo complementar", declarou o Dr. Geraldo Ferreira, presidente do Sinmed.

O Sinmed vai reivindicar também, a abertura de novos leitos nos hospitais como Maria Alice, que contam com internação infantil, para que não haja uma superlotação de pacientes a espera de vagas para serem transferidos.

Fonte: DN Online

23 março 2011

Charge do dia!!!

22 março 2011

Estatísticas da Medicina são exatas, mas interpretações, não

A chamada medicina baseada em evidências se funda na estatística, a qual, sendo uma ciência exata, deveria ser capaz de nos fornecer algumas certezas, como responder de uma vez por todas se a terapia de reposição hormonal deve ser utilizada.

No mundo real, contudo, não só não encontramos tal nível de precisão como ainda topamos com trabalhos que desmentem o consenso da semana anterior para, alguns meses depois, serem eles mesmos questionados por outros estudos.

A boa notícia é que a estatística é inocente. Ela continua sendo uma ciência exata. O problema é que nós, seres humanos (médicos incluídos), não somos muito bons em processar as informações que ela nos fornece.

Dizemos que um trabalho tem significância estatística quando é improvável que seus resultados tenham sido produzidos só pelo acaso.

Mas o que entendemos por “improvável”? Evidentemente, é impossível ter 100% de certeza. De modo geral, quando temos 99% de significância ou mesmo 95%, nos damos por satisfeitos e afirmamos haver evidências em favor da nossa hipótese.

A questão é que raramente olhamos para o reverso desse número. No caso da significância em 95%, de cada cem testes que fizermos, a estatística prevê que cinco estarão fora de alcance, podendo apresentar qualquer resultado. Num mundo que produz milhares de trabalhos científicos por semana, é uma questão de tempo até que surja um estudo que contradiz os anteriores.

A “solução” da comunidade médica tem sido apostar nas metanálises, nas quais se avaliam grupos de estudos mais ou menos parecidos.

E as sutilezas da estatística não são o único nem o maior problema. Por vieses neurológicos diversos, as pessoas (médicos inclusive) dão mais valor a instintos e percepções afetivamente determinadas que a dados científicos.

Em “O Andar do Bêbado”, o físico Leonard Mlodinov conta a história de um importante médico que, ao comentar um trabalho de US$ 12,5 milhões, que praticamente demonstrava que a popular combinação dos suplementos alimentares glucosamina e condroitina não era melhor do que placebos na prevenção da artrite, insistiu em afirmar que o tratamento era possivelmente benéfico.

Seu argumento, registrado nos arquivos da rádio pública dos EUA: “Uma das médicas da minha mulher tem um gato e ela diz que o gato não se levanta de manhã sem uma dose de glucosamina e sulfato de condroitina”.

Se em situações normais já é difícil trocar nossos instintos selvagens pelas abstrações dos estudos controlados, isso fica quase impossível quando esses instintos são reforçados pelos cheques da indústria farmacêutica.

Fonte: Folha.com (por HÉLIO SCHWARTSMAN)

21 março 2011

20 março 2011

VI Congresso Médico do Rio Grande do Norte

Inscrições: CAMEDUnP - Centro Acadêmico de Medicina UnP

Nós fazemos. E você?




Visite e Ajude: www.nosfazemosevoce.com

Charge do dia!!!


I Simpósio Internacional de Atendimento a Desastres

Associação Médica Brasileira, a Associação Paulista de Medicina e a Universidade Federal de São Paulo/ Escola Paulista de Medicina têm programado para os dias 30, 31 de março e 1º de abril o I Simpósio Internacional de Atendimento em Desastres.

O evento acontecerá nas dependências da Escola Paulista de Medicina, em São Paulo.


Fonte: AMB - Associação Médica Brasileira

17 março 2011

16 março 2011

Calendário de Provas - 6º Período - 1ª Unidade

Esse calendário foi baseado no semana-a-semana entregue no início do semestre.
Qualquer alteração deverá ser corrigida.

IX Dia Nacional de Ação Voluntária

A cada ano, a Universidade Potiguar - UnP expande seu compromisso público por uma sociedade melhor ao oferecer aos seus alunos e funcionários, a oportunidade de contribuírem com seus conhecimentos para ações sociais, através da prática do voluntariado. No próximo dia 20, será a vez da comunidade de Felipe Camarão, na Zona Oeste de Natal, ser beneficiada pelas atividades previstas para o IX Dia Nacional de Ação Voluntária.

Participarão voluntários dos cursos: Administração, Ciências Biológicas, Ciências Contábeis, Direito, História, Educação Física, Enfermagem, Estética e Cosmética, Farmácia, Fisioterapia, Fonoaudiologia, Gestão Ambiental, Jornalismo, Medicina, Nutrição, Odontologia, Pedagogia, Publicidade e Propaganda, Psicologia, Serviço Social, Terapia Ocupacional e Turismo.

As ações planejadas pela Extensão Universitária incluem serviços de atendimento nas áreas de Nutrição, Fonoaudiologia, Psicologia e Odontologia, além de outras atividades envolvendo Cultura, Educação, Esportes e Lazer, como as Oficinas de papel reciclado, a Brinquedoteca e o Museu Itinerante. Tudo isso gratuito e aberto para toda a comunidade.

Aos voluntários será disponibilizado um ônibus que os levará da Unidade Salgado Filho à Fundação Bradesco, em dois horários: pela manhã, saindo às 7h com retorno às 12h e no período da tarde, saindo às 13h com retorno às 16h30.

Serviço
Dia Nacional de Ação Voluntária
Local: Escola da Fundação Bradesco (Rua Antônio Trigueiro, nº 500, Bairro Felipe Camarão
Data: dia 20 (domingo)
Horário da programação: Das 08h às 16h.
Mais informações: 3216-8628


Fonte: www.unp.br

15 março 2011

Número de falsos médicos no Brasil é alto, destaca revista Época


O perigo dos falsos doutores

O caso do estudante que atendeu irregularmente a menina Joanna Marcenal, morta em 2010, não é raro. Há casos – e mortes – em todo o país

Ana Júlia é uma sobrevivente. Ao nascer, há três anos e meio, ela foi diagnosticada com uma “infecção no sangue”, que seria responsável por seu quadro de febre ininterrupta. Ana Júlia ficou internada por dez dias na Santa Casa de Angatuba, no interior paulista. O diagnóstico foi dado pela doutora Adriana Fattori Tonet a partir de um exame clínico, sem testes de sangue ou de urina.

A mãe de Ana Júlia, Ivani Aparecida Ambrósio, de 32 anos, também ficou internada na Santa Casa, por cinco dias, mas só conseguiu falar com a doutora Adriana uma vez. “Ela me disse para não amamentar minha filha, porque um ‘líquido estranho’ do meu peito podia ser a causa da infecção”, diz Ivani. A recomendação foi seguida, mas a menina não melhorou. “A médica fugia de mim, não vinha no quarto me falar como estava minha filha. Tudo era comunicado pelas enfermeiras”, afirma. “Eu e meu marido achamos aquilo estranho, mas me diziam que era normal, que a doutora estava ocupada.” Só bem mais tarde é que os pais de Ana Júlia descobririam a verdade: Adriana Fattori Tonet não é médica.

Contratada como pediatra da Santa Casa de Angatuba, com salário de R$ 11 mil mensais, Adriana fora indicada ao administrador do hospital por um médico da região. Apresentou a inscrição no Conselho Regional de Medicina (CRM) em nome da médica boliviana Adriana dos Reis Nina, de São Paulo. Não exigiram diploma, documento de identidade, CPF nem comprovante de residência. Durante um mês de trabalho na Santa Casa de Angatuba, ela atendeu pelo menos 30 pacientes. Receitou medicamentos com doses até dez vezes superiores à recomendada, encontrou tuberculose em crianças com rinite alérgica e diagnosticou alergia em um menino com pneumonia.

A falsa identidade de Adriana foi descoberta por acaso. Uma funcionária da Santa Casa precisou ligar para ela e, sem ter seu número de telefone, recorreu ao cadastro no site do CRM. Acabou falando com a médica verdadeira. Ao descobrir que a doutora Adriana não era quem dizia ser, a direção da Santa Casa procurou a polícia. A farsante desapareceu no dia seguinte. O delegado de Angatuba, Hélio da Silva Rolim, monitorou o telefone celular da acusada com autorização judicial. Encontrou-a em uma clínica da Unimed no bairro do Tatuapé, Zona Leste de São Paulo, em meados de dezembro de 2007. Estava com viagem marcada para uma cidade no Pará, onde fora contratada como pediatra. Foi presa e indiciada, mas, por causa de um habeas corpus, não ficou nem um mês na cadeia. Três anos depois do crime, continua foragida. “Ela pode estar clinicando em qualquer lugar do Brasil”, diz Rolim.

Segundo a polícia, Adriana começou a atuar como médica em 2003, com um diploma falso de Cochabamba, na Bolívia. Tentou validar o diploma em faculdades de Goiás e de Pernambuco, enquanto trabalhava como garçonete. Seu primeiro emprego foi em um hospital público de Ibipitanga, na Bahia, entre 2005 e 2006. Chegou a ser responsável pela contratação e pelo treinamento de médicos e enfermeiros. Em 2007, em São Paulo, trabalhou nas Santas Casas de Misericórdia de Capão Bonito e Angatuba no intervalo de três meses. Ao ser presa, era médica de clínicas da capital e de Guarulhos. “Em todos os empregos ela só precisou apresentar uma cópia falsificada do registro no CRM para ser contratada”, diz o delegado Rolim.

Embora espantoso, esse não é um caso isolado. Entre 2005 e 2009, o Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp) registrou 129 denúncias de falsos médicos, com um pico de 48 casos em 2007. O número de denúncias tem caído ano a ano, mas, para o delegado Anderson Giampaoli, da Delegacia de Saúde Pública de São Paulo, a queda não indica um número menor de falsificações: “Muita gente atua com diplomas falsos e muita gente está sendo atendida por falsos profissionais”.

Os falsos médicos usam nome, registro profissional e demais dados pessoais de um médico real. Também costumam clonar seus currículos, com títulos acadêmicos e congressos. Muitos vendem receitas e atestados para justificar dispensas no trabalho. Uma forma de evitar esses impostores é verificar o número do registro profissional nos sites dos Conselhos Regionais de Medicina, onde há a foto do médico. Se houver um número de telefone, ligar. Mas esse tipo de precaução é quase impossível nos atendimentos de urgência. Daí a importância das denúncias de mau atendimento.

No Rio de Janeiro, o número de denúncias de falsos médicos sextuplicou depois do caso Joanna Marcenal. Ela morreu aos 5 anos, em agosto de 2010, depois de ser atendida pelo estudante de medicina Alex Sandro Cunha Souza, que se passou por médico formado. Mesmo sem inscrição no CRM, trabalhava em pelo menos três hospitais usando o registro de outros médicos. Alex Sandro responde por acusações de estelionato, falsificação de documentos e exercício ilegal da medicina. Ainda deverá ser indiciado por homicídio doloso e tráfico de drogas – aplicou na menina substâncias de uso controlado. Poderá ficar preso por 12 anos. Em depoimento ao Ministério Público, depois de se entregar à polícia na semana retrasada, disse ter sido contratado por uma pediatra que ficava com parte de seu pagamento.

A tragédia serviu de alerta para uma forma corriqueira de exercício ilegal da medicina: estudantes que atuam como médicos. A polícia investiga 20 clínicas da Zona Oeste do Rio e da Baixada Fluminense que teriam contratado pessoas em situação similar à de Alex Sandro.

“Temos informações de casos desse tipo em todo o Brasil”, afirma Roberto D’Ávila, presidente do Conselho Federal de Medicina. “Prefeitos e secretários contratam estudantes pensando que já são médicos, sem pedir inscrição no CRM. Às vezes é mais grave: contratam o estudante porque o serviço é mais barato.” No Nordeste, a situação seria corriqueira. “A carência de médicos para atender em cidades afastadas é tamanha que os prefeitos contratam estudantes por menos de R$ 1.000 para trabalhar em plantões”, diz Luís Eduardo Barbalho de Mello, presidente do Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Norte. Para evitar casos assim, Conselhos Regionais de vários Estados nordestinos fazem campanhas em faculdades e fiscalizam postos de saúde no interior. Em Parazinho, Rio Grande do Norte, um estudante avisado da chegada da fiscalização saiu correndo pela rua e invadiu o terreno de uma fazenda para escapar do flagrante. Ele atendia 20 pacientes por dia em seus plantões na Unidade Integrada de Saúde.

Os Conselhos Regionais de Medicina não podem punir os alunos que se passam por médicos. Caso sejam flagrados, eles respondem criminalmente, na Justiça. Alguns Conselhos defendem a ideia de que a disciplina de ética médica, tradicionalmente ensinada no fim do curso, seja dada nos primeiros anos de faculdade. Outros querem que as secretarias estaduais sejam obrigadas a apresentar aos Conselhos uma lista dos médicos contratados.

A divulgação da lista de funcionários poderia ter evitado pelo menos uma morte em São Sebastião do Caí, a 70 quilômetros de Porto Alegre. Em 2006, a prefeitura da cidade contratou Marcos Renato Lanz, de 46 anos, como médico do hospital municipal e diretor-geral do serviço médico da cidade. Atendia 30 pessoas por dia e ganhava R$ 5.800 mensais. Para ocupar o cargo, Lanz só precisou apresentar documentos pessoais e uma cópia não autenticada de um certificado de conclusão do curso de medicina. Se a prefeitura tivesse exigido ao menos o histórico escolar de seu futuro diretor, veria que Lanz cursou a faculdade de medicina na Universidade de Caxias do Sul (UCS) por 18 anos, sem jamais se graduar. Depois de repetir 97 disciplinas, foi desligado. Nos dois anos em que esteve no Hospital Municipal Sagrada Família, Lanz conquistou os pacientes com sua lábia. “Ele ouvia as pessoas, pedia muitos exames, era atencioso”, diz Charles Emil Martins, promotor de justiça da cidade. “Ouvia muito porque não tinha o que falar, porque não tinha capacidade técnica de avaliar e diagnosticar. Substituía-a pela atenção e ganhava a simpatia das pessoas.”

A afeição a Lanz custou a vida do aposentado José Carlos Muller. Em janeiro de 2007, ele procurou o hospital municipal com dores abdominais. Lanz apontou um quadro de infecção urinária. Depois de dois meses de tratamento, as dores continuavam. Novos exames, e Lanz mudou o diagnóstico para cálculo renal. A situação do aposentado piorou, mas ele resistia a procurar outro médico. Apesar de não ficar curado, gostava da maneira como era atendido. Depois de seis meses de dores, Muller consultou um médico de verdade. Descobriu que estava com um tumor no rim, que havia se espalhado para outros órgãos. Morreu em setembro de 2007. Viveu o bastante para ver o falso médico ser preso – e liberado, no dia seguinte, por um habeas corpus do Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Em outubro do ano passado, Lanz foi condenado pelo Tribunal do Júri a sete anos e oito meses de prisão por homicídio com dolo eventual. O júri concluiu que o falso médico não teve intenção de matar, mas, por clinicar sem estar capacitado, assumiu o risco de provocar mortes. Ele aguarda o julgamento do recurso da condenação em liberdade. O promotor Charles Martins também entrou com uma ação de improbidade administrativa contra o prefeito de São Sebastião do Caí, Léo Klein, e a diretora do hospital, Agnes Biesdorf, pela negligência na escolha do funcionário. “É uma falha absurda da administração municipal, que aceitou contratar um médico sem exigir nenhum documento oficial. Eles têm corresponsabilidade”, diz Martins. O prefeito da cidade se defende da acusação. Diz que apenas assinou uma contratação, em caráter emergencial. “Existia uma procura de médico comunitário, ele ofereceu seus serviços para a Secretaria da Saúde, e eu autorizei. Não é normal uma pessoa se apresentar como médico e nós desconfiarmos.”

Fonte: Revista Época

Residência Médica em Nefrologia estréia em 2011

As vagas para Residência Médica em Nefrologia no Hospital Onofre Lopes da UFRN são a grande novidade no processo seletivo 2011. As inscrições para novos residentes em Nefrologia e demais especialidades, abertas desde o início da semana, estão sendo realizadas na Comissão de Residência Médica – COREME localizada no HUOL. O candidato poderá se inscrever até o dia 18 deste mês, das 8h às 11h e das 14h às 16h.

Neste ano estão sendo disponibilizadas 16 vagas, sendo 13 para o próprio HUOL; duas para o Hospital de Pediatria Professor Heriberto Ferreira Bezerra (HOSPED); e uma para a Maternidade Januário Cicco.

Os interessados deverão levar o seu Cadastro de Pessoa Física (CPF), um documento de identificação, e preencher todos os dados do formulário. As inscrições de candidatos de outros estados poderão ser realizadas através de procuração ou pelo correio (SEDEX). Neste caso, o candidato deverá enviar toda a documentação exigida. O endereço e detalhamento dos documentos estão disponíveis no Edital.

O edital do processo seletivo informa que aquelas pessoas que necessitarem de condições especiais devem apresentar também o requerimento com a exposição dos motivos da solicitação, acompanhado do atestado original – com a assinatura e o número do registro profissional do médico. Também é exigido o pagamento de uma taxa de R$ 180,00 para o processo ser concretizado.

A prova de múltipla escolha, primeira etapa do processo seletivo, será realizada no próximo dia 22. Depois os candidatos aprovados serão submetidos a uma análise curricular.

Fonte: Assessoria de Comunicação do Hospital Universitário Onofre Lopes
(84) 3342-5085 / (84) 8131-7755

Charge do dia!!!

Comissão quer pesquisa sobre o ensino médico no Brasil

A Comissão de Ensino Médico, integrada pelas três entidades médicas nacionais (FENAM, Conselho Federal de Medicina e Associação Médica Brasileira), decidiu, na manhã desta sexta-feira (11), que irá solicitar uma pesquisa sobre o ensino médico no Brasil.

“Não temos hoje referências estatísticas que possam nos dar a devida credibilidade de quantos somos, onde estamos, o que fazemos e o que precisamos fazer pela melhoria do ensino médico”, apontou o presidente da FENAM, Cid Carvalhaes, que também compõe a comissão.

A intenção é de que já no Fórum Nacional do Ensino Médico, evento marcado para os dias 21 e 22 de junho, já seja apresentada a instituição escolhida para a elaboração da pesquisa, como o estudo está sendo elaborado, e até mesmo já mostrar alguns resultados da pesquisa.

Durante a reunião, também foram discutidas a avaliação da residência médica, formação de especialistas, necessidade de especialidades e a distribuição no país.


Fonte: FENAM

14 março 2011

13 março 2011

Trote Solidário 2011.1 (Doação de Sangue)

I Trote Solidário de Medicina UnP (HEMONORTE)
Ônibus alugado pelo CAMEDUnP
Turma 2011.1 (Pioneira no projeto)
Calouros aderiram a campanha e levantaram a bandeira
Kírvia (Líder do 1° período), Mirian (Assistente Social),
Dra. Linete Rocha (Diretora Geral do Hemonorte) e Jackson (Diretor Geral do CA)
Calouros 2011.1
Dra. Linete Rocha acompanhando as calouras
Dyego Liberato, Diego Torquato e Marcão na Triagem
Sala de Triagem
Conferindo Sinais Vitais
Triagem
Verificando Hematócrito
Doação de Sangue
Karina dando o sangue pela medicina (literalmente)
Follow Me!!!
Por um ato de solidariedade
Por uma medicina mais humanizada: Doe sangue, doe vida!
Marcão doando o sangue do CAMEDUnP
OBRIGADO, Calouros!

12 março 2011

Angústia de Hipócrates

Os índices de depressão e suicídio são elevados entre médicos e estudantes de medicina, profissionais que apresentam taxas de suicídio maiores do que a população em geral, mas resistem mais do que os não médicos a vencer o estigma e procurar ajuda

A classe médica corre mais risco. Estudos realizados nos Estados Unidos mostram que entre essa categoria de profissionais as taxas de suicídio são maiores do que na população em geral. A diferença para mais é de 40% para os profissionais do sexo masculino, comparativamente aos homens em geral, e de impressionantes 130% para as médicas, em relação às mulheres em geral. O quadro começa a se desenhar já nos bancos das Faculdades de Medicina, informam as pesquisas. Estudantes da área médica ingressam nas universidades com perfis de saúde mental semelhantes aos dos colegas das demais áreas, mas tendem a concluir os estudos com altas taxas de transtornos mentais, tais como depressão e síndrome do esgotamento profissional, ou burnout. Segundo as pesquisas, 25% dos residentes sofrem de depressão, 50% deles já passaram pela experiência do burnout e mais de 10% desses jovens têm pensamentos suicidas. São números elevados, mesmo considerando o pesado nível de estresse característico do período de residência.

Entre os profissionais formados, o quadro não é diferente. "O médico tende a criar uma espécie de couraça protetora, até mesmo para poder suportar a carga de angústia do seu dia a dia", diz Neury Botega, do Departamento de Psiquiatria da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Essa rigidez, muitas vezes, chega às relações pessoais e pode repercutir tanto na saúde mental do profissional como em aspectos de seu comportamento. "Os índices de depressão e de abuso de álcool e outras drogas psicoativas entre médicos são altos", diz Botega. Uma parcela importante de profissionais não resiste às inúmeras fontes de estresse da profissão − tais como carga horária elevada, múltiplos empregos, convívio com o sofrimento e a morte − e necessita de ajuda. "Entre 8% e 10% da população médica apresenta uma predisposição a desenvolver distúrbios emocionais", afirma o psiquiatra Luiz Antonio Nogueira-Martins, criador do Núcleo de Assistência e Pesquisa em Residência Médica e Pós-Graduação (Napreme), centro da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) que presta assistência psiquiátrica e psicológica ao residente médico e desenvolve pesquisas sobre sua saúde mental.

Resistência e estigma

A procura de apoio e orientação é um passo difícil para o profissional de saúde que sofre de transtornos mentais e/ou apresenta tendência suicida. Apesar do amplo acesso à atenção especializada, muitos indivíduos apresentam forte resistência a buscar auxílio. Um estudo entre universitários nos Estados Unidos mostrou que o tempo médio que os estudantes de Medicina levam para procurar ajuda, na área de saúde mental, é de 20 anos, informa Nogueira-Martins. "Isso significa que o estudante pode passar toda a sua vida estudantil, até mesmo ingressar na profissão, antes de receber atendimento adequado", ele observa. Entre as causas da resistência está o estigma da doença mental, ainda hoje existente, dizem os especialistas − especialmente na área médica. "Muitas vezes, o médico carrega o sentimento de que doente é o outro, ele próprio não tem o direito de fi car mal", diz Botega. O tipo de atenção que o profissional de saúde costuma receber é outro motivo de resistência, segundo Nogueira-Martins. "Médicos com dependência química, por exemplo, são às vezes censurados moralmente pelos colegas quando procuram atendimento", afirma o psiquiatra da Unifesp.

Prevenção

"O primeiro passo é combater o estigma e ajudar os profissionais a buscar ajuda", ressalta Neury Botega. Com a meta de oferecer uma alternativa concreta nesse sentido, o Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) e a Unifesp criaram, em 2002, a Rede Estadual de Apoio a Médicos Dependentes Químicos. Trata-se de uma iniciativa pioneira no campo da prevenção e do tratamento de um dos principais fatores de risco de suicídio entre profissionais de saúde. O serviço, que já atendeu mais de 400 médicos desde sua criação, inclui psicoterapia, manejo psicofarmacológico e orientação aos familiares, evidentemente, com garantia total de anonimato e confidencialidade aos pacientes. Um estudo realizado em 2006 pela Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas (Uniad), da Unifesp, mostrou que a rede vem obtendo excelentes resultados terapêuticos, além de ter contribuído para reduzir o intervalo de procura de ajuda por parte do médico dependente químico, de uma média de sete anos, antes do programa, para três anos e meio, após sua implantação. "Isso mostra que quando se cria um bom serviço, oferecido sem preconceitos e com sigilo, a adesão do médico é grande e os resultados, muito bons", destaca Nogueira-Martins.

Os serviços de atendimento a estudantes e residentes de Medicina, na área de saúde mental, existentes hoje nas principais universidades brasileiras, como Universidade de São Paulo (USP), Unicamp e Unifesp, foram criados a partir da década de 1960, por conta dos episódios de suicídio observados entre estudantes. "Não podemos afirmar que exista uma relação de causa e efeito, não foram realizados estudos a respeito, mas não ocorreram novos casos de suicídios entre estudantes e residentes depois da criação dos serviços de atendimento psicológico e psiquiátrico na Unifesp", comenta o criador do Napreme.


Fonte: Revista Pesquisa Médica - Nº17 Jan-Mar 2011

10 março 2011

Charge do dia!!!

 
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