Estudante de anatomia pinta as pernas da bailarina e reconstitui órgãos do corpo
O corpo humano em todas as suas vertentes foi fonte de inspiração para as obras de grandes pintores renascentistas, como Michelangelo e Leonardo da Vinci, este último considerado o que fez a mais perfeita reprodução da biologia do homem nas telas. Os quadros atravessaram os séculos e agora é a arte pictórica dos gênios renascentistas que ajudam a traduzir os mistérios da Anatomia humana para os estudantes da Saúde.
No Brasil, um dos expoentes na contextualização da pintura com esta ciência é o médico Armando José China Bezerra, que retorna a Natal para participar do IV Encontro de Anatomia da FARN, de 15 a 17 de abril. Professor da Universidade Católica de Brasília, Armando Bezerra cursou Medicina na UFRN e é mestre em Morfologia e doutor em Ciências Anatômicas, ambos pela USP. Escreveu o livro “Admirável Mundo Médico”, título de trocadilho com o clássico de Aldous Huxley, “Admirável Mundo Novo”.
Armando China abre o evento com a palestra “As belas artes na Anatomia”. A anatomia humana apresenta variações entre indivíduos pela faixa etária, raça, sexo e biótipo, e a linguagem artística ajuda a compreender cada músculo ou região óssea. Na evolução da história, acompanha a civilização há milhares de anos, aparecendo em textos antigos, como no evangelho de São Lucas e na “Ilíada” de Homero.
Leonardo Da Vinci
O professor Sérgio Prata conta no livro “Anatomia Artística” que Leonardo da Vinci realizou estudos que possibilitaram unificar o conhecimento anatômico através da dissecação do conhecimento da representação artística. Considerado mestre em matérias diversas como matemática, arquitetura, física, pintura, desenho, anatomia e outras, focalizou os detalhes da forma externa do corpo humano. Iniciou uma metodologia de investigação, registrando o que via por dissecação em desenhos.
Sua intenção era publicar um tratado científico de anatomia. Sua pesquisa compilou 600 folhas com milhares de desenhos, mas foi impedido de praticar atividades anatômicas pelo Papa Leo X, quando mudou-se da Itália para a França. Morreu quatro anos mais tarde e só muitos anos depois seus desenhos tornaram-se conhecidos, colaborando com o avanço da Medicina e a Arte. Por isso, até o início do século XVI, não existia a ciência anatômica claramente definida.
Fonte: Jornal 'Tribuna do Norte'
14:24
Diego Torquato
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