Na assembleia dos médicos do estado, realizada na terça-feira, dia 13/03, ficou patente a insatisfação dos profissionais com o tratamento que a categoria vem recebendo do governo.
A precarização do trabalho médico, através de contratações terceirizadas de pessoas jurídicas é uma afronta à lei. O dinheiropúblico tem sido despejado em organizações sociais, em processos de dispensa de licitação e em valores tão vultuosos que deixariam um brinco as unidades públicas, hoje deterioradas e desabastecidas. Os médicos questionam esse modelo e esperam que esse processo seja interrompido.
Por cinco meses de contrato uma empresa responsável pela maternidade de Mossoró receberá quinze milhões de reais, enquanto isso, nas unidades próprias, os médicos denunciaram falta de medicamentos primários e indispensáveis, como anestésicos e antibióticos, além da falta até de papel para enxugar as mãos.
A forçassão de barra para mostrar que o sistema terceirizado funciona melhor que o público é alimentada por vastos recursos aplicados em unidades novas e sufocamento das unidades com administração direta que amargam falta de recursos humanos e financeiros, sobrevivendo na penúria e sendo acusadas de ineficientes.
Fala-se agora que outra empresa administrará unidades em Natal. Nós dizemos não para isso e vamos enfrentar com coragem a tentativa de destruição da rede pública.
Outra grande decisão da assembleia foi a intensificação da luta pelo piso da Fenam. Com o slogan
"Eu quero o piso da Fenam" os médicos iniciam as negociações 2012 com o governo estadual, conscientes de que enfrentarão grandes dificuldades.
Foi voz corrente entre os médicos a estranheza do comportamento do governo, que parece ter esquecido e sepultado o relacionamento com os médicos, categoria a que pertence a governadora e que em peso apoiou sua eleição.
De qualquer forma, como dizem os americanos, negócios são negócios. Para nós, conscientes do modelo que defendemos de saúde pública, gratuita e de qualidade para a população, resta lutar. Disposição parece que não faltará aos médicos, a boa frequência da assembleia sinaliza isso.
Geraldo Ferreira Filho
Presidente do Sindicato dos Médicos do Rio Grande do NorteFonte: Federação Nacional dos Médicos - FENAM