04 janeiro 2010

CFM defende valorização do trabalho médico e mais recursos para o SUS

O presidente do CFM, Roberto Luiz d’Avila, reitera que a melhora dos serviços de saúde no pais só será resolvida com a valorização do trabalho médico. Para tanto, a entidade já elegeu a luta pela Carreira de Estado para médicos como um dos temas de maior relevo de sua agenda para 2010. A avaliação de d’Avila foi feita ao comentar pesquisa do Datafolha, divulgada no fim de dezembro, que procurou avaliar a opinião dos brasileiros sobre as principais dificuldades enfrentadas pelo governo e pela população.
“A profissão médica se encontra desvalorizada, com baixos salários e condições inadequadas para seu exercício. As contratações ocorrem a título precário. Para resolver esses e outros problemas, propomos a criação de uma carreira de estado dentro do Sistema Único de Saúde (SUS), similar à do Judiciário”, acrescentou d’Avila.
Financiamento - Já o coordenador da Comissão Nacional Pró-SUS, Aloísio Tibiriçá, avalia que outro desafio para o SUS é garantir uma fonte estável e crescente de financiamento. Para ele, o Sistema precisaria de R$ 15 bilhões a mais por ano para suprir as necessidades mínimas da população. Ele explica que o CFM tem apontado os problemas estruturais da saúde pública ao governo, mas que não esses alertas não estão recebendo a devida atenção:
“Nós estamos cobrando isso há muito tempo e isso ainda não aconteceu. Estamos cobrando isso para que o discurso possa se afinar com uma realidade palpável de que a principal preocupação da população brasileira, que é a saúde, medida por todas as pesquisas de opinião, possa ser realmente mensurada na sua melhoria por uma ação concreta da única entidade que pode fazer isso, chamada governo”, explica.
Pesquisa - As más condições de trabalho dos médicos e suas consequências para o atendimento à população refletem-se mais uma vez na percepção dos brasileiros. É o que apontou a pesquisa divulgada no dia 21 de dezembro pelo Instituto de Pesquisas Datafolha, na qual os entrevistados elegeram a saúde o principal problema do país hoje.
Pelo levantamento, 27% dos brasileiros entrevistados entre 14 e 18 de dezembro deste ano pelo Instituto de Pesquisas Datafolha elegeram a saúde o principal problema do país. A resposta foi a mais recorrente para a pergunta “Considerando as áreas que são de responsabilidade do governo federal, na sua opinião qual é o principal problema do país hoje?”.
Os moradores do Norte e Centro-Oeste são os que mais percebem a saúde como problema nacional (32% deles). Destacam-se, entre os estados, os que residem em Santa Catarina (31%) e no Distrito Federal (33%). Pesquisas semelhantes do Instituto trazem o mesmo resultado. A saúde também foi apontada como pior problema pelos entrevistados do Datafolha em março de 2009 (29%) e em novembro de 2008 (25%).
Aparecem também entre os problemas mais citados: violência, segurança e polícia (16%), desemprego (14%), corrupção (9%), educação (8%), fome e miséria (6%), e habitação (2%).


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