O Fórum Nacional das Entidades Médicas, que está sendo realizado desde quarta-feira em Aracaju, foi encerrado ontem com debates sobre exame final para o curso de medicina para avaliação da formação médica. Foi consenso a realização de um processo de avaliação, restando apenas a definição de quando e como ser realizada: enquanto uns defenderam o exame ao final do curso, outros defenderam sua aplicação durante todo o o seu progresso.
Os palestrantes que apresentaram argumentos favoráveis e contrários ao tema foram Carlos Vital , do Conselho Federal de Medicina e Reinaldo Ayer de Oliveira,do Conselho Regional de Medicina de São Paulo, que apresentou a experiência da entidade nos seis anos que vem aplicando o exame anual de avaliação a cerca de 600 dos três mil estudantes que se formam no Estado. Ayer encerrou sua apresentação com uma proposta.
“Sugerimos a implantação em nível nacional do exame nos mesmos moldes que é realizado em São Paulo, e, ao mesmo tempo, trabalhar no Congresso Nacional pela aprovação de legislação específica, tornando-o obrigatório”, propôs.
O conselheiro federal Carlos Vital também é favorável à avaliação, mas sem penalizar o aluno.
“É preciso avaliar as escolas e fechar aquelas que não oferecem condições de boa formação. Esses alunos não podem ser penalizados pelas péssimas escolas que o MEC avaliou e se responsabilizou por sua qualidade”, sentenciou.
“É muito complicado avaliar algo mal formado, mas não podemos fugir a essa responsabilidade”, destacou o diretor Acadêmico da AMB e secretário da mesa, José Luiz Weffort. Já o diretor de Comunicações da AMB, Elias Fernando Miziara, defendeu que tal avaliação deva ser realizada de forma contínua, evitando que profissionais mal formados cheguem ao mercado.
“Temos de avaliar o aluno não apenas no final, mas no transcorrer do curso. E ainda, de alguma forma, promover a interdição das escolas comprovadamente sem condições de ensino”, afirmou.
Durante os debates, o conselho federal Alceu Peixoto lembrou que existem vários projetos de lei em trâmite no Congresso que estabelecem a realização de exame de avaliação na área médica.
“ Ainda não apresentamos nossa posição aos parlamentares simplesmente porque a classe médica ainda não possui consenso sobre o assunto”, destacou. Ele leu à plenária documento com sugestão de proposta de processo de avaliação anual, de forma subsidiar os parlamentares na legislação.
Fonte: AMB - Associação Médica Brasileira
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