Manaus - Dores de cabeça, nos músculos e articulações, febre e erupções na pele não significam apenas malária ou dengue no Amazonas: há inúmeras possibilidades ainda desconhecidas da ciência. Pesquisa conduzida por cientistas da Fundação de Medicina Tropical Doutor Heitor Vieira Dourado (FMTM-HVD) com 631 pacientes com esses sintomas detectou que 33 tinham sido infectados por um arbovírus (vírus transmitidos por mosquitos) chamado Mayaro e outras 128 pelo vírus Oropouche. Já os 470 restantes também ficaram curados, mas nunca souberam qual doença tiveram.
?Temos muito mais agentes causadores de doença febril a estudar na Amazônia. Há muitos que ainda não somos capazes de diagnosticar?, diz uma das coordenadoras da pesquisa, a infectologista Maria Paula Mourão.
Hoje são conhecidos no País 210 tipos de arbovírus, sendo que 40 provocam doenças nos homens. Desses, apenas dois arbovírus foram detectados nos pacientes estudados no Amazonas. Os outros permanecem desconhecidos. Os pesquisadores alertam que a maior parte dos casos ocorreu durante o período chuvoso na Amazônia, que ocorre de janeiro a junho.
Para a pesquisadora, a maioria dos casos de arbovírus no Amazonas não é diagnosticada, provavelmente por causa dos sintomas em geral serem leves e os pacientes se recuperarem depois de alguns dias. ?O problema é que casos mais graves podem ocorrer sem diagnóstico, especialmente por conta das longas distâncias até centros de saúde.?
Dos 210 tipos de arbovírus no país, o vírus Oropouche é o segundo em número de casos e o Mayaro é o quarto em número de infectados. A dengue ainda é o principal. Desde o início deste ano, as febres por Mayaro e Oropouche foram incluídas pelo Ministério da Saúde na lista de doenças de notificação compulsória. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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