Protocolo de Dengue – Principais Definições e Recomendações:
1. CASO SUSPEITO
Caso suspeito de dengue clássico
Todo paciente que apresenta doença febril aguda com duração de até sete dias, acompanhada de pelo menos dois sintomas como cefaléia, dor retroorbitaria, mialgias, artralgias, prostração ou exantema, associados ou não a presença de hemorragias. Além de ter estado, nos últimos 15 dias, em área onde esteja ocorrendo transmissão de dengue ou tenha a presença de Aedes aegypti. Todo caso suspeito de dengue deve ser notificado à Vigilância Epidemiológica.
Caso suspeito de FHD
Todo caso suspeito de dengue clássico que apresente também manifestações hemorrágicas, variando desde prova do laço positiva até fenômenos mais graves, como hematêmese, melena e outros. A ocorrência de manifestações hemorrágicas, acrescidas de sinais e sintomas de choque cardiovascular (pulso arterial fino e rápido ou ausente, diminuição ou ausência de pressão arterial, pele fria e úmida, agitação), leva à suspeita de síndrome de choque.
2. CASO CONFIRMADO
Caso confirmado de dengue clássico
O caso confirmado laboratorialmente. No curso de uma epidemia, a confirmação pode ser feita através de critério clínico-epidemológico, exceto nos primeiros casos da área, que deverão ter confirmação laboratorial.
Caso confirmado de FHD
O caso em que todos os critérios abaixo estão presentes:
- febre ou história de febre recente, com duração de 7 dias ou menos;
- trombocitopenia (igual ou inferior a 100.000/mm3);
- manifestações hemorrágicas evidenciadas por um ou mais dos seguintes sinais:
. prova do laço positiva, petéquias, equimoses ou púrpuras, sangramentos de mucosas, do trato gastrointestinal e outros;
- extravasamento de plasma, devido ao aumento de permeabilidade capilar, manifestado por:
. hematócrito apresentando um aumento de 20% do valor basal (valor do hematócrito anterior à doença) ou valores superiores a: 45% em crianças, a 48% em mulheres e a 54% em homens; ou,
. queda de hematócrito em 20%, após tratamento; ou,
. presença de derrame pleural e/ou pericárdico, ascite e hipoproteinemia;
- confirmação laboratorial específica (sorologia ou isolamento).
Caso de dengue com complicações
Todo caso suspeito de dengue que apresente uma das situações abaixo:
- Caso suspeito de dengue que evolui para forma grave, mas não possui TODOS os critérios para ser encerrado como FHD; nessa situação, a presença de PELO MENOS UMA das alterações clínicas e/ou laboratoriais abaixo é suficiente para encerrar o caso como dengue com complicações:
. alterações neurológicas;
. disfunção cardiorespiratória;
. insuficiência hepática;
. hemorragia digestiva importante (volumosa);
. derrame pleural, pericárdico e ascite;
. plaquetopenia inferior a 20.000/mm3
. leucometria igual ou inferior a 1 ml/mm3
- Caso suspeito de dengue que evolui para óbito, mas não possui TODOS os critérios para ser encerrado como FHD
Sinais de alarme na dengue:
a) dor abdominal intensa e contínua;
b) vômitos persistentes;
c) hipotensão postural e/ou lipotímia;
d) hepatomegalia dolorosa;
e) hemorragias importantes (hematêmese e/ou melena);
f) sonolência e/ou irritabilidade;
g) diminuição da diurese;
h) diminuição repentina da temperatura corpórea ou hipotermia;
i) aumento repentino do hematócrito;
j) queda abrupta de plaquetas;
k) desconforto respiratório.
Medidas para prevenção da dengue
Cuidados fora de casa
- Limpar as calhas e lajes das casas. Se houver piscina, lembrar aos moradores de que a água deve ser sempre trocada.
- Manter recipientes/locais de armazenamento de água, como caixas d’água, poços, latões e tambores, bem fechados.
- Guardar garrafas vazias de boca para baixo.
- Eliminar a água acumulada em plantas, como bambus, bananeiras, bromélias, gravatás, babosa, espada de São Jorge, dentre outras.
- Entregar pneus inutilizados para a equipe de limpeza pública, ou orientar a quem quiser conservá-los que o faça em locais protegidos da água da chuva.
- Verificar se existem pneus, latas e qualquer outro objeto que possa acumular água nos terrenos baldios.
- Identificar, na vizinhança, a existência de casas desocupadas e terrenos vazios, e localizar os donos para verificar se existem criadouros de Aedes aegypti
Cuidados dentro de casa
- Evite, sempre que possível, o uso de pratos nos vasos de plantas. Caso opte por sua utilização, não deixe acumular água neles e nos xaxins. Coloque areia, preenchendo o prato até sua borda, ou lave-o, semanalmente, com esponja ou bucha e sabão, para eliminar completamente os ovos do mosquito.
- Lave os bebedouros de animais com escova, esponja ou bucha, e troque a água pelo menos uma vez por semana.
- Não deixe qualquer depósito de água aberto (ex.: potes, tambores, filtros, tanques e outros). Como o mosquito é bem pequeno, qualquer fresta, neste tipo de depósito, é suficiente para a fêmea conseguir colocar ovos e iniciar um novo ciclo.
Fonte: CFM
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