para podermos enxergar o que está diante de nós."
(John Kennedy)
Dignidade, segundo Caldas Aulete, significa "qualidade moral que infunde respeito, elevação ou grandeza moral, consciência do próprio valor, autoridade, honra, nobreza". Durante os anos que estivemos presidente da AMB lutamos denodadamente na defesa da dignidade e do exercício da profissão.
Conseguimos muito ao longo daqueles anos. Chegamos quase ao desejável e necessário para que todos pudessem falar em dignidade com a cabeça erguida. Ordenamos, disciplinamos e normatizamos o relacionamento entre prestadores de serviços e convênios médicos. Estabelecemos, por direito, nossos honorários mínimos. Valorizamos em termos de representativos, nossas entidades médicas. Buscamos incessantemente conseguir nos serviços públicos melhores condições de trabalho e remuneração condigna, não esquecendo nunca de lutar junto ao poder público pela melhoria da qualidade do ensino médico brasileiro. Foram mais de dez anos de sonhos e conquistas.
E agora, novamente assistimos a classe médica ser espezinhada, vilipendiada e desconsiderada pelos grandes "cartéis" que atuam dentro dos sistemas alternativos de saúde (estatais, seguradores, medicinas de grupo, etc.). Nossas cooperativas, com suas atitudes contestatórias, prestam um grande desserviço aos médicos que lutam pelos seus direitos. Até o Ministério Público, algumas vezes intervém com liminares e outras ações civis públicas, insistindo em não entender que assim procedendo faz o jogo dos que exploram médicos e usuários. Aliás, intermediar a saúde no Brasil que tem seus serviços públicos praticamente falidos é um negócio extremamente lucrativo.
É importante ressaltar que nos últimos 20 anos o número de cursos de medicina triplicou levando o Brasil, hoje com 180 escolas, a ocupar o segundo lugar no ranking mundial perdendo apenas para a Índia. Mais grave ainda é que essas escolas estão entregando à sociedade brasileira exatamente 15.696 novos médicos, muitos deles completamente despreparados. Os que terminaram seus cursos neste século não chegaram a conhecer o sofrimento e as imposições do passado, por volta do ano de 1983. Ainda eram estudantes ou nem haviam nascido. Quando, no exercício da profissão, em sua maioria concentrados nas grandes cidades, iludidos tornam-se presas fáceis destes grandes grupos econômicas da área da saúde. E assim, ainda jovens, têm já sua dignidade afrontada impiedosamente. Pobre médico que estudou e sacrificou-se durante anos a fim de conseguir seu ideal de aprender a arte de curar para depois ser humilhado tão ostensivamente.
Hoje vemos, com tristeza, os médicos de "joelhos" diante dos compradores de seus serviços pedindo favores, aceitando deles circulares arrogantes e impositivas, recebendo os valores aviltantes - R$40,00 por consulta com validade por 30 dias (???)) - arcando com toda a responsabilidade médica e custo operacional, sem poder opinar nem se defender. Resumindo um estudo recente que fizemos com a consulta de convênio valendo 42,00 (quarenta e dois reais). O profissional atendendo, no seu consultório particular durante o mês 170 primeiras consultas (revisão o convenio não paga) recebe bruto R$7.140,00. (sete mil cento e quarenta reais). Deduzindo o custo operacional, que vai desde o aluguel do consultório, salários, todas outras despesas internas, impostos municipais e ao final o famigerado IR, o total das despesas para manter o consultório chega a R$ 6.252,52 restando então, como valor líquido por consulta a impressionante quantia de R$5,33 (cinco reais e trinta e três centavos). Essa "maravilha" só é sentida no momento da confecção do IR anual. O dinheiro imaginário da receita sumiu.
Não podemos acreditar no que estamos assistindo, nem imaginar que seremos novamente subjugados pelos intermediários e mercantilistas da saúde. A atual passividade médica é algo lastimável e a tendência à submissão aos contratantes estarrecedora.
O que estão fazendo com a dignidade médica, tão duramente resgatada? Onde estão os médicos que durante anos disseram "só trabalhamos pela Tabela da AMB?" e agora aceitam qualquer preço pelo seu trabalho? Passamos a ser os únicos profissionais, que a nível de convênios, planos de saúde e SUS, não podem estabelecer valores pelo trabalho que prestam. O contratante é que faz o preço do serviço que contrata. Um absurdo.
É preciso reagir, lutar e exigir. Afinal, nós somos médicos. Cada um, independentemente das suas condições financeiras atuais, deve participar desta caminhada para preservar nossos princípios e ideais.
Fazemos um apelo para que se Levantem, porque querem fazer dos seus honorários um simples pagamento, uma "gorjeta"; do sacerdócio da sua profissão uma forma mercantil, um negócio; de você um trabalhador comum e submisso; da sua dignidade um "lixo". ...........
Antonio Celso Nunes Nassif, 76, Doutor em Medicina pela UFPR, foi presidente da Associação Médica Brasileira., é Membro da Comissão de Ensino Médico do MEC
22:44
Diego Torquato
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1 comentários:
Caro acadêmico,
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Todos os minicursos terão a emissão de certificado pelo MedAtual, com o apoio:
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Serviço de Geriatria – HC-FMUSP
Centro de Apoio ao Ensino e Pesquisa em Pediatria - HC-FMUSP
Fundação Instituto de Pesquisa e Ensino de Diagnóstico por Imagem – UNIFESP
Departamento de Ensino do Hospital Infantil Sabará e
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