02 julho 2010

Adib Jatene critica abertura indiscriminada de escolas médicas durante Fórum organizado pelo CFM

“É inaceitável assistirmos esta abertura indiscriminada de escolas médicas, precisamos coibir este abuso”, apontou o ex-ministro da Saúde e presidente da Comissão de Avaliação das Escolas Médicas do Ministério da Educação, Adib Jatene. A declaração foi dada durante palestra no I Fórum de Ensino Médico, evento que ocorre em Brasília, nos dias 1 e 2 de julho, na sede do Conselho Federal de Medicina (CFM).

Para o ex-ministro, o país chegou a um ponto crítico. Ele apresentou a evolução das escolas médicas no país que, segundo Jatene, demonstra a irracionalidade do sistema e a necessidade de se trabalhar mudanças.

“Entendemos a necessidade do país em se formar mais médicos, mas que profissionais queremos?”, questionou.

Hoje, o país possui um total de 180 escolas médicas. Só no período de 1996 a 2009 foram criadas novas 98 instituições, sendo que destas, apenas 30 são públicas. Jatene apontou a oferta desproporcional das vagas no país: o Rio de Janeiro oferece uma vaga para 6 mil habitantes; no caso do Espírito Santo a proporção é de 1 vaga por 6.974. Já São Paulo, estado que mais possui faculdades de medicina, a relação é de 1 para cada grupo de 15.407 habitantes.

Trabalhos - A mesa de abertura do I Fórum de Ensino Médico foi formada pelo presidente do CFM, Roberto Luiz d´Ávila; pelo coordenador da Comissão Nacional de Ensino Medico e 1º vice-presidente do CFM, Carlos Vital Lima; pelo ex-ministro da Saúde e presidente da Comissão de Avaliação das Escolas Médicas do MEC, Adib Jatene; pelo representante do Ministério da Educação, Paulo Wolling; pelo presidente da Federação Nacional dos Médicos (Fenam), Cid Carvalhães; e pelo diretor de Comunicação da Associação Médica Brasileira (AMB), Elias Fernando Miziara.

O presidente do CFM destacou que a entidade deseja contribuir para o crescimento e a melhora da educação médica no país. “Como profissionais e orientadores, vamos nos dedicar na educação sempre em parceria com as instituições de ensino e outras entidades. Queremos formar o tipo de médico que a sociedade espera”, disse d´Ávila.

Fonte: CFM

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