A diretora do Departamento de Gestão na Saúde do Ministério da Saúde (MS), Ana Estela Haddad, reafirmou nesta quinta-feira (1/07) seu apoio à ideia defendida pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) de que diplomas médicos obtidos no exterior devem ser revalidados no Brasil antes que seus portadores comecem a exercer a profissão no país. Ela manifestou sua posição em conferência no Fórum de Ensino Médico do CFM, que vai até sexta-feira (2/07).
Haddad apresentou números de um projeto piloto dos ministérios da Saúde e da Educação de revalidação de diplomas – das 628 pessoas que manifestaram interesse em participar das provas, 502 foram consideradas habilitados para isso; a maioria dos candidatos formou-se na Bolívia ou em Cuba. “Ouvimos as entidades representativas dos médicos e queremos que o projeto avance com o auxílio dessas instituições”, afirmou. O projeto oferece aos interessados a oportunidade de que revalidem seus diplomas participando de um processo vigente em todo o país, independente das regras específicas de cada universidade.
Carlos Vital, vice-presidente do CFM, expôs a posição do Conselho sobre a revalidação. “A ausência de médicos em determinadas regiões não é justificativa para que se permita que pessoas exerçam a Medicina sem um diploma válido. Na avaliação do CFM, não há escassez de médicos no país”, disse.
Outros temas
O Fórum de Ensino Médico também debateu na tarde desta quinta-feira a profissionalização da preceptoria em residência médica, a saúde do estudante de medicina e a necessidade de que escolas médicas possuam hospitais universitários ou de ensino.
Na conferência sobre saúde do estudante de Medicina, Gilberto Medeiros, membro da Câmara Técnica de Psiquiatria do CFM, afirmou ser necessário o desenvolvimento de ações de suporte ao estudante de medicina, que vivencia situações de estresse capazes de provocar doenças.
O presidente da Associação Brasileira de Hospitais Universitários e de Ensino (Abrahue), Carlos Alberto Justus, expôs aos participantes do Fórum as normas relativas ao funcionamento de hospitais universitários. Justus defendeu a necessidade de que haja uma política salarial mais justa para os funcionários desses hospitais e que a gestão seja aperfeiçoada. “O modelo de gestão por serviços deve ser substituído pelo de gestão por processos. Com isso, haverá mais integração entre as unidades acadêmicas e os diversos setores dos hospitais para que o foco do trabalho seja mais voltado para o paciente”, disse. Segundo números da Abrahue, 2,3% dos hospitais brasileiros são vinculados a escolas de ensino; esses hospitais, no entanto, respondem por 10,3% de todos os leitos do Sistema Único de Saúde (SUS).
Fonte: Portal Médico
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