Escrito por Dra. Maria Helena Louveira
A mamoplastia de aumento, mais conhecida como cirurgia de prótese de mama, já foi feita por mais de 2 milhões de mulheres em todo o mundo. Em cerca de 80% dos casos, o que se busca é a estética pura, sem uma necessidade médica. Os 20% restantes são provenientes das cirurgias para reconstrução pós-tratamento para o câncer mamário e que, na verdade, também têm como função principal a manutenção da estética.
Uma das maiores dúvidas em relação à colocação da prótese é se ela pode levar ao câncer de mama. A doença é o segundo tipo de câncer mais frequente no mundo e o mais comum entre as mulheres, com cerca de 50 mil novos casos por ano no Brasil e uma incidência estimada em 51 casos a cada 100 mil mulheres. Esse é um dos temas de destaque em outubro, mês mundial da luta contra o câncer de mama.
Maria Helena Louveira, médica radiologista da DASA, representada pelas marcas Delboni Auriemo e Lavoisier em São Paulo, explica que nenhuma pesquisa comprovou relação entre a prótese e o câncer de mama. “A prótese pode apenas prejudicar o exame diagnóstico deste tipo de câncer, mas não vai impedir que ele seja detectado. No mais, não há nenhuma relação entre a mamoplastia e a doença”, reforça.
Mas nem sempre a prótese prejudica o exame mamográfico, segundo a Dra. Maria Helena, já que existem técnicas especiais para a realização de mamografia nestas pacientes de forma a não comprometer o resultado. A especialista orienta que as mulheres que venham a fazer esta cirurgia estética procurem conversar com o médico responsável sobre a melhor forma de colocação da prótese. “É sempre bom reforçar que você quer um tipo de técnica de colocação da prótese que não prejudique seus exames, principalmente se você faz parte de grupos de risco, como para quem tem casos de câncer de mama na família, em especial mãe, filha ou irmã”, afirma.
Maria Helena lembra que alguns estudos mostram que o câncer de mama palpável tende a ser descoberto com mais precocidade por mulheres com prótese. “Até porque elas tendem a ser mais cuidadosas com o auto-exame. Isto se deve também ao fato dessas mulheres pertencerem a um grupo de maior poder aquisitivo e com maior nível sócio-cultural, sendo mais esclarecidas quanto à importância do auto-exame e dos exames periódicos¨, afirma.
Os exames indicados para mulheres com ou sem prótese são os mesmos e a partir da mesma idade. A partir dos 40 anos, é indicado que a mulher faça anualmente uma ecografia mamária e a mamografia. Em casos de suspeitas de complicação, também é indicada a ressonância mamária. “Mas esta idade só vale para quem não tem história familiar de parentesco de primeiro grau”, reforça a médica.
Caso seja detectada a doença em uma mulher que tenha prótese, o tratamento também deverá ser igual. Normalmente, é feita uma cirurgia de retirada do nódulo, podendo ser seguida de rádio e quimioterapia. “A única diferença é que, nesta cirurgia, também deverá ser feita a retirada da prótese”, explica.
Maria Helena lembra que existe um risco de a prótese estourar, o que poderia provocar o vazamento do silicone nas mamas. Em 80% dos casos, o silicone fica retido na própria mama, mas existe uma chance de 20% de o líquido vazar e se espalhar pela mama e, em casos mais extremos, migrar para outros órgãos. “Por isso, sugere-se a troca da prótese a cada dez anos. A troca costuma ser mais fácil e rápida do que a primeira colocação, e normalmente não acarreta em novas cicatrizes na mulher”, explica.
A médica lembra que os principais sintomas e sinais da doença são nódulo endurecido indolor na mama, a maioria descoberto pela própria paciente. Sintomas menos frequentes incluem dor, secreção mamilar, erosão, retração da pele, prurido, vermelhidão e massa axilar.
Fonte: Journal of Plastic, Reconstructive & Aesthetic Surgery
17:52
Diego Torquato
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