O ambiente é de um hospital com consultórios e enfermarias. No lugar dos pacientes, robôs de aparência humana exibem sinais físicos idênticos a de qualquer pessoa – transpiram, emitem sons de dor, manifestam sintomas.
É nesse ambiente cercado de câmeras que transmitem imagens para a sala de aula, que os alunos dos cursos da área de saúde da Universidade Potiguar (UnP) vivenciam um novo modelo de ensino desde o último dia sete, quando retornaram das férias.
Recriado a partir de um novo layout, o projeto “Catussaba”, que significa “Saúde” em tupi guarani, foi resultado de uma grande reforma nos oito mil metros quadrados de instalações da UnP da Salgado Filho ao custo de R$ 15 milhões. Nele, há 22 consultórios e uma clínica integrada para a realização de atendimentos à comunidade.
A tecnologia de robôs e softwares que os comandam é alemã e americana, semelhante à existente em importantes centros universitários como o de Stanford ou John Hopikins, nos EUA. Entre uma aula e outra, atores são recrutados e maquiados para simular situações de estresse para os alunos.
O resultado será apresentado hoje à imprensa, quando será detalhada ao público as três etapas do ensino integrado das ciências médicas com o uso de robôs recriando o corpo humano inteiro ou partes dele.
Nos laboratórios, os alunos de todos os cursos da área podem simular problemas de diferentes naturezas, aprendendo a lidar desde cedo com urgências e emergências como se estivessem num hospital de verdade.
Segundo Dimas Ferreira, presidente da Sociedade Potiguar de Educação e Cultura (Apec), mantenedora da UnP, os robôs recriam à perfeição a anatomia de um ser humano em todos os detalhes fisiológicos – a textura da pele, a temperatura e a capacidade de reações como taquicardia e transpiração, por exemplo. Neles, o aluno pode realizar dissecações repetidas vezes, ao contrário dos cadáveres humanos, cada dia mais escassos e sobre os quais repousam questões éticas.
Os softwares que consumiram boa parte do investimento são tão avançados, diz Dimas, que é possível ao aluno realizar uma ausculta de coração programado para manifestar variadas doenças que ele terá que descobrir.
Todas essas novas possibilidades no ensino deve garantir à UnP um lugar de destaque na região quando o assunto é formação de profissionais – especialmente médicos. “Já somos um centro de referência no Nordeste”, disse Dimas Ferreira. Em todo o país, apenas a UnP e uma universidade de São Paulo utilizam o equipamento de ponta.
A nova tecnologia possibilitará aos futuros profissionais aperfeiçoar suas habilidades e, no final do curso, aplicar o conhecimento no atendimento à população da clínica escola da instituição, que atende por ano cerca de 100 mil pessoas.
“A pretensão desse investimento, que torna a UnP em referência não só para o Nordeste como para o país, é produzir profissionais melhor preparados e que cometam menos erros médicos”, diz Dimas Ferreira.
Fonte: Tribuna do Norte
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