02 fevereiro 2011

Uso de prótese no seio pode estar ligado a tipo raro de linfoma

Mulheres que usam próteses de silicone podem ter um risco maior de desenvolver um tipo raro e grave de câncer, segundo a FDA (agência reguladora de remédios e alimentos nos EUA).

A agência afirmou ontem que está investigando a ligação entre implantes de silicone e de solução salina e a ocorrência do linfoma de células grandes anaplástico, que ataca o sistema imunológico.

"Dados revisados pela FDA sugerem que pacientes com implantes nos seios têm um risco muito pequeno, mas significativo, de desenvolver o linfoma na cicatriz em volta da prótese", afirmou a agência.

A FDA diz que contabilizou cerca de 60 casos de linfoma em mulheres com implantes mamários no mundo todo, mas que esse número é difícil de ser confirmado. Cerca de 5 milhões a 10 milhões de mulheres no mundo usam silicone nos seios, diz a agência.

Segundo Maria Cristina de Almeida Macedo, responsável pelo grupo de linfoma do IBCC (Instituto Brasileiro de Controle do Câncer), a inflamação crônica causada pela presença da cápsula de silicone pode ser responsável pelo aparecimento do tumor.

"O sistema imunológico fica sendo estimulado de forma crônica, o que leva à formação de células anormais."

A primeira associação das próteses a esse tipo de linfoma data de 1995, diz a médica, mas ainda não se sabe até que ponto os dois estão ligados.

Macedo afirma que entre os possíveis sintomas estão inchaço e acúmulo de líquido na região. O diagnóstico é feito por biópsia e o tratamento é a químio ou a radioterapia.


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