16 maio 2011

Nefrologia - Aspecto diagnóstico da proteinúria em adultos

Um discreto grau de proteinúria pode ser observado em até 17% da população. Embora possa estar presente em um grande número de doenças, apenas 2% dos pacientes com proteinúria positiva vão apresentar doença grave do aparelho urinário.

Define-se proteinúria como a excreção urinária de proteína de mais de 150 mg por dia. Proteinúria benigna é a perda de proteína na urina, em quantidades variáveis, não associada a nenhuma morbidade ou mortalidade. Cerca de 20% das proteínas normalmente excretadas na urina são moléculas de baixo peso como imunoglobulinas (peso molecular de 20.000), 40% albumina de elevado peso molecular (65.000) e 40% mucoproteínas secretadas pelo túbulo contornado distal.

Mecanismo da proteinúria
O glomérulo é a primeira barreira para impedir a perda urinária de proteínas. Sua malha capilar fina impede a filtração de moléculas com peso molecular maior que 20.000. Além disso, a membrana basal e as células epiteliais viscerais são recobertas de carga elétrica negativa. Proteínas com peso molecular maior que 20.000 e carga elétrica negativa dificilmente ultrapassam o glomérulo. As proteínas com peso molecular menor são quase todas reabsorvidas no túbulo contornado proximal.

Os mecanismos de proteinúria podem ser classificados em: glomerular, tubular ou "por excesso"

A doença glomerular é a causa mais comum de proteinúria. Diversas doenças glomerulares alteram a permeabilidade da membrana basal dos glomérulos, resultando em perda urinária de albumina e imunoglobulinas. Estas lesões quase sempre implicam em grandes perdas de proteína, geralmente mais de 2 g em 24 horas.

A proteinúria de causa tubular ocorre nas doenças túbulo-intersticiais, que impedem o túbulo contornado proximal de reabsorver proteínas de baixo peso, filtradas nos glomérulos. Geralmente perde-se menos que 2 g / 24 h de proteínas. Incluem-se aqui a nefroesclerose da hipertensão arterial sistêmica e a nefropatia túbulo-intersticial causada por antiinflamatórios não hormonais.

Na proteinúria "por excesso" de proteínas, uma superprodução de proteínas de baixo peso excede a capacidade máxima de reabsorção dos túbulos. O exemplo mais comum é a superprodução de imunoglobulinas no mieloma múltiplo (proteína de Bence Jones).

Proteinúria isolada
Pacientes que apresentam proteinúria, com função renal normal, sem evidência de doença sistêmica que possa causar doença renal, exame de Urina I normal e pressão arterial normal, são considerados como portadores de proteinúria isolada. A perda de proteína é geralmente menor que 2 g por dia. Estes pacientes têm 20% de chance de desenvolverem insuficiência renal nos próximos 10 anos e devem ser acompanhados clinicamente. Pacientes com proteinúria isolada mas com perdas que excedem 2 g por dia devem ser melhor estudados, eventualmente encaminhados para um nefrologista.

Conclusão
O encontro de proteinúria pode ter vários significados clínicos. Uma abordagem sistemática deste achado pode distinguir entre proteinúria benigna e a associada à doença renal. Na maioria dos pacientes que apresentam proteinúria esta tem uma causa benigna. Pacientes com proteinúria maior do que 2 g em 24 horas, ou nos quais não se encontrou uma causa que explique este achado, devem ser encaminhados para um nefrologista.

Fonte:
CARROLL, M. F. & TEMTE, J. Proteinuria in Adults:
A Diagnostic Approach. Am Fam Physician 62:1333-13402000.

Editora responsável: Dra. Elisabete Almeida - drabetty@lincx.com.br

1 comentários:

Mirna disse...

Há muitas pessoas que sofrem com doenças e dores na região dos rins. Eles não devem perder tempo e se aproximar de um especialista. Há uma especialidade chamada nefrologia e dedicado a resolver estes problemas. Quando agarrar o tempo, tudo se resolve.

 
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