Amor à Medicina e determinação em ajudar o próximo. Esses foram alguns dos motivos que levaram a aluna Bruna Gimenes Rolim, do 8º termo (Universidade do Oeste Paulista - UNOESTE), a passar 20 dias em estágio médico na Clínica CEML em Lubango, uma cidade localizada no sul da Angola, com cerca de 318 mil habitantes.
Bruna explicou que a idéia surgiu através de um amigo brasileiro que vive na África há dez anos e realiza trabalhos evangélicos. “Durante uma conversa, ele me falou sobre o médico canadense, Dr. Stephen Foster, que vive no país há 30 anos”.
No mês de janeiro, já na África e hospedada na casa do médico e de sua esposa, Bruna acompanhou de perto diversas cirurgias, onde auxiliava na instrumentação. “A falta de recursos é absurda. O governo local não libera medicação e muitas coisas são feitas no improviso. Apenas dois médicos cuidavam de toda clínica e três vezes na semana chegavam a fazer de 15 a 20 cirurgias por dia”.
Em uma dessas experiências médicas, a aluna disse ter ficado chocada com um episódio. “Um senhor de meia idade, com uma escara (ferida) na perna, que permanecia por muitos anos, teve que amputá-la. Logo após a cirurgia, ele dizia umas palavras no dialeto local que não consegui compreender. Perguntei então ao enfermeiro e ele me explicou que o homem agradecia a Deus e ao doutor porque agora, apesar da perna amputada, não sentiria mais dor”.
A rotina de trabalho era intensa, das 8h às 20h, e além do acompanhamento nas cirurgias, Bruna também realizava trabalhos nas áreas de emergência, pronto-socorro, enfermaria e visitas aos pacientes. A aluna conta que numa cidade próxima constatou que a situação era pior. “O único hospital de grande porte que sobrou depois da guerra não tinha nenhum médico. Os enfermeiros faziam os partos e a maioria dos atendimentos. O Dr. Stephen vai ao local uma vez por mês para fazer as cirurgias mais urgentes”.
De toda a experiência vivida na África, a estudante tirou uma lição para a vida inteira. “Apesar do sofrimento e todas as dificuldades dos angolanos, de guerras, perdas, fome, falta de estrutura, o povo é alegre, todos vivem sorrindo”.
Em relação aos planos para o futuro, Bruna pretende continuar fazendo trabalhos voluntários após a graduação. “Quero trabalhar em alguma região do Brasil que necessite de ajuda para ao menos, tentar amenizar um pouco o sofrimento das pessoas”.
Fonte: ANUP (Associação Nacional das Universidades Particulares)
1 comentários:
Oi. Meu nome é Luiza e faço medicina em Fortaleza. Gostaria de perguntar se alguém sabe como conseguir um estágio desse na África pois tenho muito interesse de passar um mês das férias do meu internato lá. Obrigada desde já. =)
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