A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) lançou a campanha informativa “Medicamento verdadeiro: você sabe o que está tomando.” A iniciativa visa alertar à população e combater o tráfico de medicamentos falsificados no Brasil. Por meio da mídia e de peças publicitárias como panfletos e cartazes a Anvisa vai informar ao consumidor sobre as precauções necessárias para não usar remédios falsos. Em 2009, foram apreendidos no Brasil, cerca de 300 toneladas de medicamentos falsificados.
As drogarias serão os pontos focais da campanha. Cada estabelecimento irá receber um kit farmácia contendo cartazes e folders. Os encartes, que estarão disponíveis aos consumidores nas drogarias, possuem informações para identificação de embalagens de medicamentos verdadeiros que devem estar devidamente lacrados, conterem lote, data de validade e número de registro no Ministério da Saúde. Os profissionais que trabalham em combate ao contrabando de medicamentos, como a Polícia Federal e a Polícia Rodoviária Federal, também irão receber filipetas com guia de identificação de medicamentos autênticos.
“A campanha visa fazer com que os cidadãos utilizem os mecanismos como a ‘raspadinha’, a nota fiscal, o lacre da caixa do medicamento, a verificação do lote e o prazo de validade, que garantem a autenticidade dos produtos verdadeiros. A falsificação de medicamentos é um crime hediondo e o dano pode ser a morte”, enfatiza o diretor e presidente da Anvisa, Dirceu Raposa de Mello.
Só em Brasília, no ano passado, foram apreendidos 500 quilos, 100 frascos, 18.468 comprimidos e 402 caixas de remédios falsos – a maioria medicamentos controlados e anabolizantes, dos quais maior parte são os remédios Cialis, Pramil e Citotec. Segundo Mello são medicamentos de valores agregados, ou seja, os mais caros, para atraírem o consumidor oferecendo o preço baixo. “Existem dois tipos de medicamentos contrabandeados, os falsos e aqueles que não estão regularizados e autorizados para serem comercializados no Brasil. Geralmente, tratam-se de anabolizantes, medicamentos para disfunção erétil e produtos oncológicos para o tratamento de câncer. Os medicamentos falsos negam aos doentes o tratamento adequado oferecendo dano à saúde e podem levar até à morte, por que são substâncias de origem desconhecida. Por isso, é preciso as pessoas se resguardarem”, alerta o presidente da Anvisa.
De acordo com Mello, a falsificação de medicamentos é uma preocupação global de saúde pública. Ele diz que o maior problema é que esses produtos muitas vezes acabam indo parar em farmácias regularizadas. “Há 20 anos as apreensões desses produtos eram em camelôs, no trem, no subúrbio. Hoje, a maior dificuldade é que esses medicamentos são comercializados em drogarias regularizadas com licença sanitária. Eles não vêm pelo caminho marginal, mas sim pela rede de distribuição autorizada. O que mais nos preocupa são essas redes que fazem o comércio indevido para estabelecimentos regularizados”, afirma. “Outros crimes de pirataria são mais fáceis de combater porque os consumidores sabem que estão adquirindo produtos falsos. Quando a pessoa adquire um CD pirata, ela sabe que é falso, mas, os medicamentos não. Por isso a fraude de medicamentos é muito verdadeira. Ninguém quer ariscar a vida consumindo medicamentos falsos, por isso todos os mecanismos para combater o problema não adiantam, se a população não souber identificá-los”, explica.
Para combater a falsificação de medicamentos, a Anvisa também estuda um novo item de segurança para as embalagens, que serão disponibilizados para os consumidores ainda neste ano. “Estamos estudando um dispositivo que será como um espelho de informações no medicamento com bancos de dados que podem ser acessados pelo cidadão no próprio estabelecimento sem nenhum custo adicional”, declara Mello.Segundo André Barcelos, secretário executivo do Conselho Nacional e Combate à Pirataria, as campanhas educativas são essenciais para o combate à falsificação de medicamentos. “As realizações da Polícia Federal e da Anvisa destacam a necessidade do desenvolvimento de campanhas educativas que informam a população. O maior problema é a oferta desses produtos ao consumidor. É um crime contra a saúde da população. Mas, os números mostram o resultado dos esforços para combater o problema: em 2008 a Anvisa apreendeu 40 toneladas desses produtos, em 2009 foram apreendidas 316 toneladas. Esperamos que toda a sociedade civil acompanhe sempre esse trabalho”, revela.
O contrabando de remédios falsificados é o terceiro maior problema de tráfico ilegal no Brasil. “O ranking perde para substâncias ilícitas e mostra que, depois de inalantes e da maconha, os medicamentos são o maior problema de contrabando que atinge a população”, informa Valmir Andrade, representante do Observatório Brasileiro de Drogas.
Como se livrar das falsificações e comprar um medicamento verdadeiro:
-Observe se o medicamento está lacrado;
-Verifique se o produto traz número de registro do Ministério da Saúde;
-Cheque se nele estão impressos o lote e data de validade;
-Veja se há número de telefone para tirar dúvidas com o fabricante;
-Exija sempre a nota fiscal;
-Sempre compre medicamento em farmácias e drogarias e peça sempre orientações ao médico e ao farmacêutico;
-Ainda neste ano a ‘raspadinha’ da embalagem de medicamento verdadeiro será substituída pelo novo item de segurança mais moderno eficiente e seguro. Acompanhe essa mudança e cheque o novo item.
Em caso de dúvidas acesse, www.anvisa.gov.br e consulte o lote do medicamento.
Fonte: Tribuna do Brasil
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