Por conta do período chuvoso e da falta de agentes de controle de endemias, além da displicência da população, o Índice de Infestação Predial por Aedes aegypti, o mosquito transmissor da dengue, cresceu 50% em Natal no segundo levantamento de 2010. Isso significa que há mais mosquitos em circulação, aptos a contaminar seres humanos. Se por um lado já era esperado um aumento, por conta das chuvas, o déficit de agentes e a insistência da população em não ajudar no combate contribuíram para esse crescimento. Mesmo assim, o índice de mosquitos está em declínio, sendo o mais baixo desde 2004.
O primeiro LiraA (Levantamento de Índice Rápido para o Aedes Aegypti), referente aos três primeiros meses do ano, ficou em 1,6 prédios com focos a cada 100 imóveis. Já no segundo levantamento esse número foi 2,4. O Ministério da Saúde considera área de risco aquelas com índice superior a 1. Com esses números, Natal é considerada uma cidade com risco médio de epidemia. Em 2008, a avaliação era a mesma, mas isso não impediu a eclosão um elevado número de casos, segundo explicou um dos coordenadores do combate à dengue no Município, Alessandre Medeiros. “É preciso estar vigilante, pois o risco existe”, diz.
É justamente para a vigilância que a preocupação da Promotoria da Saúde, do Ministério Público Estadual, está dirigida. O déficit no número de agentes de controle de endemias tem impedido a prevenção periódica do alastramento dos focos por parte dos agentes de maneira adequada. Segundo informações do Departamento de Vigilância em Saúde, são necessários de 150 a 170 novos agentes para compor o quadro de profissionais. A renovação do contrato temporário de 64 agentes ameniza, mas não soluciona o problema. Por isso, o Ministério Público, a partir da promotora Elaine Cardoso, e a Prefeitura de Natal celebraram um Termo de Ajustamento de Conduta.
Segundo o Ajustamento de Conduta, a Prefeitura tem até o fim do ano para realizar o concurso, além de precisar instituir uma comissão para controlar o índice de faltas de agentes no trabalho de campo. Segundo Cristiana Souto, chefe do Departamento de Vigilância em Saúde, os futuros novos agentes de controle de endemias concursados terão um papel mais decisivo somente no próximo ano, “até porque um concurso público é algo que demora para ser viabilizado”.
Fonte: TRIBUNA DO NORTE
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