17 junho 2010

REMÉDIOS ENTRAM ILEGALMENTE EM NATAL

Alerta sobre venda clandestina é feito pela Covisa. Outro problema é comercialização de antibióticos sem receita

Depois do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) divulgar que antibióticos estão sendo vendidos de forma ilegal em Natal, a Coordenadoria de Vigilância Sanitária municipal (Covisa) alerta para a entrada clandestina dos medicamentos Cialis, Pramil e Vick Vaporub na cidade. A venda do Pramil (remédio indicado para disfunção erétil) é ainda mais grave. O medicamento não tem registro no país e, por isso não pode ser comercializado no Brasil.

Embora a Covisa tenha começado a investigar a entrada ilegal dos três medicamentos, a equipe conseguiu apreender apenas lotes de Vick Vaporub - boa parte proveniente de países da América Latina, como a Venezuela. Segundo a Covisa, o medicamento é ilegal, porque não tem registro no Brasil e, por isso, entra de forma barateada no país.

O levantamento divulgado pelo Idec não surpreendeu a Vigilância Sanitária de Natal. Para a chefe do núcleo de medicamentos da Covisa municipal, Marlene Paiva, a venda ilegal de antibióticos ocorre em todo o Brasil. Como razão, ela aponta a dificuldade em levantar provas contras as fármacias e de autuá-las. Como a venda desse tipo de medicamento não prevê retenção da receita (a receita não fica na fármacia), as drogarias podem alegar que o cliente apresentou a receita no ato da compra e depois a levou embora.

De acordo com o estudo, 104 estabelecimentos de 11 cidades vendem antibióticos de maneira ilegal, entre elas a cidade do Natal. Os estabelecimentos ficam nas cidades de São Paulo (SP), Santo André (SP), Campo Grande (MS), Rio de Janeiro (RJ), Porto Alegre (RS), Tubarão (SC), Belo Horizonte (MG), Natal (RN), Jequié (BA), Belém (PA) e Recife (PE). As 104 drogarias visitadas pelo Idec pertencem a 76 empresas - entre elas, Droga Raia, Drogaria Onofre, Carrefour, Drogão, Drogaria São Paulo e Farmácia Preço Popular.

Em Natal, pesquisadores do Centro de Defesa do Consumidor (parceiros do Idec no estudo) visitaram 10 fármacias. Todas venderam antibióticosde forma ilegal, sem receita médica. Em São Paulo, os pesquisadores conseguiram comprar medicamentos por internet e telefone. Também não foi preciso receita. "Não podemos dizer que a situação de Natal é pior. O Brasil tem um quadro muito complicado", esclarece Mirtes Peinado, consultora do Idec. Segundo ela, o instituto vem cobrando medidas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Fiscalização

Segundo Marlene Paiva, da Covisa municipal, a Anvisa vai enviar representantes para fiscalizar a venda ilegal de antibióticos em Natal até o final do ano. Antibióticos são remédios de tarja vermelha e deveriam ser vendidos apenas com prescrição. Por trás da venda sem prescrição médica e do uso indiscrimado de antibióticos, há uma série de riscos.


Fonte: DIÁRIO DE NATAL

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