Quinze estados, o Distrito Federal e mais 114 municípios prioritários para o controle da tuberculose atingiram as metas de controle da doença no Brasil e foram certificados pelo Ministério da Saúde na última quarta-feira (26/05). A certificação foi entregue pelo Programa Nacional de Controle da Tuberculose (PNCT) para os gestores que tiveram melhora nos indicadores de controle da doença, que ainda produz mais de 70 mil casos novos por ano no Brasil.
Para o coordenador do PNCT, Draurio Barreira, o comprometimento desses municípios e estados com a ampliação da oferta de diagnóstico, a garantia do tratamento com a duração adequada e sem abandono, o aumento do percentual de cura são essenciais para o controle da doença no país. “Quando o paciente interrompe o uso do medicamento, ele não só permanece com a doença como mantém a cadeia de transmissão e, ainda, pode desenvolver resistência ao tratamento”, destacou.
A avaliação dos concorrentes foi feita com base em seis critérios epidemiológicos, sendo três deles referentes ao ano de 2007 e outros três de 2008. Do ano de 2007 foram selecionados os indicadores de percentual de cura, abandono do tratamento e informações sobre o enceramento de casos.
Do banco de dados de 2008 foram consideradas as informações sobre a realização de testes de HIV em pacientes com tuberculose e percentual de pessoas que tiveram de se submeter a um novo tratamento da doença e que realizaram o exame de cultura, que permite o diagnóstico de bacilos resistentes aos medicamentos. Além desses, também foi considerado o percentual de cobertura do Tratamento Diretamente Observado (TDO), medida que estimula o acompanhamento do paciente por um profissional de saúde, familiar ou amigo durante os seis meses em que ele precisa tomar diariamente a medicação contra a tuberculose.
A avaliação de indicadores mostrou ainda que três estados (MS, SC e SP) e o DF, além de oito municípios (Campo Grande-MS, Curitiba-PR, Goiânia-GO, Palmas-TO, Guarapari-ES, Itaquaquecetuba-SP, Criciúma e Joinvile-SC), foram bem avaliados em diversos indicadores selecionados. O DF e Joinvile (SC) se destacaram por terem atingido todas as metas. Mesmo sendo escolhidos os indicadores iguais para estados e municípios, os percentuais de cobertura foram distintos. (Para ver a lista completa de estados, capitais e municípios certificados pelo Ministério da Saúde, clique aqui.)
ENCONTRO – A entrega dos certificados foi uma das atividades que antecedem o IV Encontro Nacional de Tuberculose e o I Fórum da Parceria Brasileira Contra a Tuberculose, que foram abertos oficialmente quarta-feira (26/05) pelo secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Gerson Penna, no Hotel Windsor Guanabara, no Rio de Janeiro. O evento seguiu até o dia 29 na capital fluminense e foi organizado por várias entidades, como Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia, a Rede Brasileira de Pesquisa em Tuberculose e a Parceria Brasileira Contra a Tuberculose.
Além de reunir profissionais brasileiros, os eventos contaram com a presença de convidados de diferentes universidades estrangeiras (Harvard, John Hopkins, Berkeley, McGill, Stellenbosch, entre outras), Fundação Gates e agências internacionais (Stop TB Partnership, United State Agency for International Development, Manegement Sciences for Health, Organização Pan-Americana de Saúde e Organização Mundial de Saúde).
DOENÇA – Embora a tuberculose ainda represente um importante problema de saúde, houve melhora nos indicadores da doença no Brasil. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgados pelo Ministério da Saúde por ocasião do Dia Mundial de Luta contra a Tuberculose, em 24 de março 2010, mostram que o País melhorou sua posição na lista das 22 nações que concentram 80% dos casos da doença no mundo, passando da 18ª para 19ª. Em 2008, ocorreram 70.989 casos novos, contra 72.140, em 2007. Consequentemente, houve queda na taxa de incidência, que passou de 38,1 para 37,4 por 100 mil habitantes. Houve queda também nos números da mortalidade. Em 2008, foram 4.735 óbitos por tuberculose, enquanto que em 2007 ocorrem 4.823.
Mesmo com a melhora de indicadores, o controle da tuberculose oferece desafios como a ampliação da oferta de diagnóstico e a garantia do tratamento oportuno e com a duração adequada, que é de seis meses. Outra barreira a ser vencida na luta contra a tuberculose são o estigma e o preconceito, que dificultam o diagnóstico, o tratamento e a cura da doença.
Para os gestores federais, estaduais e municipais, um dos principais aspectos considerados prioritários para o enfrentamento da doença é a necessidade de se lutar contra o estigma e o preconceito que rondam os portadores da tuberculose e que impedem o diagnóstico e tratamento precoces. Os medicamentos estão disponíveis nas unidades de atendimento do Sistema Único de Saúde (SUS); são gratuitos e um direito de todos os cidadãos; são eficazes e curam, quando tomados de forma adequada durante os seis meses de tratamento.
Fonte: Ministério da Saúde
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