12 abril 2010

Universidade promove conferência com médico renomado

Um coração que parou por 14 minutos! Como imaginar que um indivíduo possa sobreviver sem sequelas a uma parada cardíaca que durou 14 minutos. A técnica é a hipotermia, que é divulgada pelo médico brasileiro Sérgio Timmerman, que estará em Natal, no dia 19/04, para explanar sobre "Catástrofes e Doenças Cardiovasculares". O médico é diretor da Escola de Ciências da Saúde da Universidade Anhembi Morumbi, Diretor do laboratório de treinamento, simulação e pesquisa em emergências cardiovasculares do Instituto do Coração (InCor) e Doutor em Cardiologia pela FMUSP.

Em seu mais famoso caso, noticiado no Fantástico, o médico utilizou uma técnica inovadora. Um coração que para por apenas três minutos não envia oxigênio para o cérebro, o resultado é que os neurônios e as células nervosas começam a morrer. Depois de uma parada de 14 minutos o cérebro pode ter uma lesão contundente. E com um paciente nessa situação, o médico conseguiu reverter o quadro utilizando a hipotermia.

A hipotermia, que foi desenvolvida nos EUA, envolve aplicar muito gelo até baixar a temperatura do paciente para entre 32ºC e 24ºC. Para ajudar, o soro sai do congelador direto para a veia do paciente. Nesse período, o metabolismo do paciente se reduz ao básico para ficar vivo e concentra o gasto de energia na recuperação do cérebro.

"Você priva esse cérebro de oxigênio e você tem que dar tempo a ele de se recuperar. Existem células que já morreram ou tem células que estão naquela dependência se vão ou não vão morrer", acrescenta o médico Sérgio Timmerman.

Se os neurônios estavam morrendo, então, como é que o paciente se recuperou e sem sequelas? A resposta honesta dos cientistas é que eles não sabem exatamente por que isso acontece. O que eles já entenderam, no entanto, é que a morte não é um evento - não é no momento em que para o coração que todo o organismo, todas as células morrem. A parada do coração é só o início de um processo, que leva à morte de todas as células. Ao resfriar o paciente, esse processo, em alguns casos, pode ser interrompido.

"Nós estamos vivendo uma nova era dentro do atendimento da parada cardíaca. Qual é o momento em que nós devemos parar de tentar salvar essas pessoas que já foram consideradas mortas? No passado, em muitos desses pacientes não se fazia absolutamente nada. A hipotermia veio para ficar. Devemos fazer isso em todos os pacientes que voltam de uma parada cardíaca com alguma alteração neurológica. Não fazer é fazer um tratamento não completo nesses pacientes", explica o médico Sérgio Timmerman.

Serviço
A conferência acontecerá no dia 19 de abril, às 19h. Mais informações no telefone (84) 3215-1255.


Fonte: www.unp.br

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