15 março 2010

Anvisa suspende comercialização de produtos com sibutramina

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) suspendeu a distribuição e a comercialização, em todo território nacional, de lotes de produtos da fábrica de alimentos Ledal Química do Brasil Ltda que apresentaram sibutramina durante uma perícia. A resolução foi publicada na edição desta quinta-feira (11/03) do "Diário Oficial" da União.

A Ledal Química, localizada em Goiânia (GO), foi interditada na quarta-feira (10) numa operação conjunta da Anvisa e da Polícia Federal. Investigação realizada pelos dois órgãos identificou a presença de sibutramina --medicamento controlado, utilizado para o tratamento de obesidade-- em três produtos: Fibra Regi e Sliminus em cápsulas e Sliminus em comprimidos. Mais de 600 mil comprimidos de alimentos ficaram retidos no local.

A interdição da fábrica é valida por 90 dias, prazo em que a empresa poderá apresentar recursos e contraprovas. Caso as irregularidades sejam confirmadas, a empresa pode ser punida com multas que variam de R$ 2 mil a R$ 1,5 milhão.

A investigação começou no ano passado, a partir de denúncia de irregularidades com relação ao alimento Affinato. Em dezembro de 2009, fiscais da Anvisa realizaram inspeção na fábrica da Ledal Química do Brasil Ltda e coletaram amostras de diversos produtos da empresa. As amostras foram encaminhadas para a perícia da Polícia Federal, que constatou a sibutramina nos três alimentos.

A sibutramina é uma substância de uso controlado, cujo uso foi motivo de alerta da Anvisa aos profissionais de saúde, depois que um estudo, denominado Sibutramine Cardiovascular Outcomes (Scout), demonstrou aumento do risco cardiovascular não fatal nos pacientes tratados com a substância.

Polêmica
A Abran (Associação Brasileira de Nutrologia) defende o uso da sibutramina, desde que seja prescrita e com acompanhamento de um médico especialista. Segundo a Associação, no Brasil, o remédio é recomendado para os seguintes casos: IMC (Índice de Massa Corpórea) igual ou superior a 30, IMC igual ou superior a 27,5, se acompanhado de outros fatores de risco como hipertensão arterial, diabetes tipo 2, hiperglicemia e quando o tratamento convencional não obteve êxito.

De acordo com Nataniel Viunisk, médico nutrólogo e membro da Abran, a sibutramina é considerada, entre os profissionais da área, um medicamento eficaz e seguro. "A prescrição da sibutramina é uma ótima opção na qual o médico se responsabiliza pelo acompanhamento do usuário, visando seu uso racional e a melhora da qualidade de vida", disse o médico por meio de nota.

No entanto, Viunisk alerta para o uso inadequado. "A sibutramina não deve constituir um critério único de tratamento. Paralelamente a isso, é necessária a prática de um estilo de vida saudável, baseado em uma alimentação balanceada e no hábito de exercícios físicos", afirmou por meio de assessoria.

Segundo a Abran, a sibutramina está no mercado brasileiro há 15 anos. O medicamento auxilia na redução de peso promovendo a aceleração do metabolismo, diminui a fome e aumenta a sensação de saciedade, satisfazendo o apetite com pouco alimento.


Fonte: Colaboração da Agência Brasil para a Folha Online

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